Com 50 carros, a F3 teria um grid maior que a Nascar
Com 50 carros, a F3 teria um grid maior que a Nascar, mas o que fazer com os pilotos e equipes recusados?

A organização da F3 Europeia anunciou nesta semana que recebeu 50 pedidos de inscrição para a disputa da temporada 2015.

O número impressiona, obviamente, e mostra a força da FIA na promoção do campeonato. Ainda mais em um momento em que a World Series by Renault foi incapaz de colocar um grid cheio em 2014 e a GP3 sofre para manter as mesmas esquadras de um ano para o outro. (Além de a Campos estrear no próximo campeonato no lugar da Hilmer, a substituta da Marussia Manor ainda não foi anunciada.)

Os 50 pedidos estão divididos em 15 equipes. São as 11 que disputaram o último campeonato (Prema, Mücke, Fortec, Double R, T-Sport, Eurointernational, Jo Zeller, Van Amersfoort e West-Tec, mais os times A e B da Carlin) juntas de Signature e Motopark, que estiveram em Macau; ma-con, que vem testando o motor Renault e ArtLine, empresa russa de engenharia que desenvolveu um novo chassi para acabar com o monopólio da Dallara na modalidade.

Como a F3 Euro não é uma Nascar, uns 40% dessas vagas serão negados. Aí esses pilotos e equipes (lembrando que acordos já fechados costumam ter prioridade na seleção) serão obrigados a arrumar outro lutar para correr de última hora.

Do outro lado da moeda, a FIA vem dificultando a vida de campeonatos nacionais de F3. Para este ano, a entidade internacional decidiu que as equipes da categoria europeia estão proibidas de treinar ou correr em pistas que vão receber etapas do certame nas quatro semanas anteriores ao evento. E isso vale para qualquer equipamento, mesmo o defasado F308.

Isso acaba prejudicando as escuderias também participantes da F3 Alemã e da Euroformula Open, já que há conflitos de calendário entre esses dois campeonatos e a regra dos 28 dias do torneio europeu.

Consequentemente, enquanto as F3 da Itália e da Inglaterra fecharam as portas nos últimos anos, a alemã corre o risco de ter um grid ainda mais esvaziado em 2015 se Motopark, Van Amersfoort e Eurointernational não conseguirem um meio de burlar as novas diretrizes e correrem em duas frentes.

Não seria mais razoável, portanto, que a FIA aproveitasse o crescimento da F3 Euro para também fortalecer os campeonatos nacionais? Ou seja, se cerca de 20 dessas vagas serão recusadas, elas não poderiam ser transferidas/usadas nas F3 nacionais?

Daria até para criar um caminho para os jovens pilotos começando pelas F4 de cada país, passando por essas F3 menores e chegando à F3 Euro.

Mas a FIA não enxerga assim. Para a federação, é uma escada de apenas dois degraus. F4 e depois F3 Europeia. E não é problema dela o que vai acontecer com os campeonatos nacionais nem com quem não conseguir a inscrição aprovada no europeu.

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