Kevin Magnussen teve um desempenho de tirar o chapéu na Austrália
Kevin Magnussen teve um desempenho de tirar o chapéu na Austrália

Quando estreei o World of Motorsport, em 2010, uma das coisas que propus a fazer era criar um sistema de pontuação para analisar o desempenho dos pilotos novatos na F1. Como a principal categoria do automobilismo mundial não tem uma classificação à parte para os estreantes – assim como acontece nos esportes americanos –, era necessário montar um método que pudesse ser usado em qualquer temporada.

Para poder avaliar os jovens pilotos, decidi montar essa classificação. Assim, após cada GP do ano, pontuei os novatos no clássico esquema 10-6-4-3-2-1, além de dar bônus para cada ponto que marcassem no campeonato normal da F1.

Em 2010, Vitaly Petrov – então na Lotus – superou Nico Hülkenberg e Kamui Kobayashi para terminar como novato do ano (você pode clicar aqui para ver como foi), enquanto no campeonato seguinte Paul Di Resta venceu Sergio Pérez e Pastor Maldonado. O post de 2011 está aqui. Sem maiores surpresas, Jean-Éric Vergne bateu Charles Pic, na fraca Marussia, no ano passado.

Já em 2013 foi a vez de Esteban Gutiérrez ser o Rookie of the Year, embora Valtteri Bottas tenha terminado na frente na pontuação oficial da F1. É que como os estreantes foram muito mal no ano passado, então as poucas vezes que chegaram ao top-10 acabaram não pesando.

Se na temporada passada cinco pilotos estrearam no certame – além do mexicano e do finlandês, Jules Bianchi, Max Chilton e Giedo van der Garde debutavam – desta vez apenas três competidores eram novatos: Kevin Magnussen, Daniil Kvyat e Marcus Ericsson. Não considerei André Lotterer e Will Stevens, uma vez que cada um disputou apenas um único GP.

Kvyat bem que tentou superar Magnussen
Kvyat bem que tentou superar Magnussen

Assim, sem nenhuma surpresa, Magnussen fez uso do bom motor da Mercedes da McLaren para se sagrar novato do ano. A briga, aliás, foi decidida logo no GP da Austrália, na abertura do campeonato, quando o dinamarquês fechou em segundo lugar e somou 28 pontos – os dez por ser o estreante mais bem classificado e os 18 do segundo posto.

Depois disso, tanto ele quanto Kvyat foram marcados pela irregularidade ao longo do ano. Enquanto o piloto da McLaren não subiu mais ao pódio, o representante da Toro Rosso penava para terminar corridas dentro do top-10.

As classificações nunca foram um problema para o russo. Ele jamais foi eliminado no Q1, chegou 11 vezes ao Q2 e, oito ao Q3. No placar, venceu Jean-Éric Vergne aos sábados por 12×7. As dificuldades vieram mesmo no domingo. Mesmo quando fez boas corridas, como em Mônaco, na Itália e em Abu Dhabi, ele acabou abandonando por falhas mecânicas, sem ter qualquer tipo de culpa.

Magnussen, por sua vez, também andava para trás nas corridas. O dinamarquês passou ileso pelos Q1 e apenas em quatro oportunidades caiu fora no Q2. Com isso, bateu Jenson Button por um apertado 10×9. Só que a história mudava quando era para valer. Tanto que nas 17 corridas em que os dois pilotos da McLaren chegaram ao final, o danês recebeu a bandeirada na frente em apenas três oportunidades.

Em uma conta simples, somando todas as posições de largada de Magnussen e subtraindo todas as posições de chegada, o piloto teve um resultado de -9 em 2014. Ou seja, ele mais foi ultrapassado que ultrapassou.

A situação, claro, poderia ter sido diferente se não tivesse se envolvido em um acidente com Felipe Massa no começo do GP da Alemanha nem punido – por excesso de rigor da FIA – em outras oportunidades, como no GP da Bélgica, por atitudes típicas de um estreante.

Mas mesmo com esses altos e baixos – algo esperado para alguém disputando o primeiro ano na categoria –, Magnussen não teve problemas para superar Kvyat na briga pelo Novato do Ano. O irônico é que um deles terá um carro verdadeiramente competitivo em 2015, enquanto o outro será obrigado a assistir à F1 pela televisão. Só espero que o sofá do dinamarquês, no fim, seja mais confortável que o cockpit da Red Bull do russo.

A McLaren comemorou o título do dinamarquês
A McLaren comemorou o título do dinamarquês

Ah, quanto a Marcus Ericsson, o sueco teve um começo de campeonato bastante difícil. As corridas na Hungria e na Bélgica foram a parte mais baixa da campanha, com acidente com a pista molhada na primeira e tendo tomado tempo de Lotterer – que jamais havia chegado perto de um F1 na última década – na segunda. Apesar disso, ele mostrou alguma evolução nas últimas corridas da existência da Caterham.

Assim, com 229 pontos marcados, Kevin Magnussen conquistou o prêmio World of Motorsport Rookie of the Year de 2014.

Rookie of the Year:

novato2014

Publicidade