
Bicampeão europeu de kart, George Russell teve uma transição para os monopostos mais complicada do que esperava. Aos 16 anos de idade, o britânico chegou a superar Max Verstappen em algumas sessões de treinos coletivos durante o inverno europeu e apareceu como favorito para vencer tanto a F4 Inglesa quanto a F-Renault Alps neste ano, mas o plano não saiu como esperado.
Inscrito inicialmente para defender a Prema na Alps, o garoto acertou a ida para a Koiranen nas vésperas do início da temporada. Se na escuderia inglesa ele seria o primeiro piloto, na finlandesa ele encontrou um time montado em torno de Nyck De Vries, disposto a fazer de tudo para garantir o título no holandês.
Assim, Russell não conseguiu repetir os resultados do inverno. Quando foi para valer, o britânico obteve um único pódio ao longo do ano e fechou o ano apenas na quarta colocação na classificação final, com 123 pontos, bem longe dos 300 de De Vries.
Na F4 Inglesa, a situação foi só um pouco melhor. Correndo pela Lanam, vencedora do ano passado, o britânico liderou o campeonato da primeira etapa até a penúltima, tendo triunfado quatro vezes nesse período. O problema é que na terceira corrida da rodada de Donington Park, ele foi tirado da pista por Raoul Hyman, que também luta pelo título, e ficou sem pontuar. Pior que isso, o companheiro Arjun Maini não só venceu a prova, mas também assumiu a liderança do campeonato com 21 pontos de vantagem.
Apesar de os resultados não serem de todo ruim, 2014 vinha sendo um ano decepcionante para o garoto, pelo potencial mostrado nos últimos anos. Assim, ele precisava de algo novo, algum grande feito para que o ano não ficasse perdido.
E ele veio neste domingo, dia 19, na etapa da F-Renault Eurocup em Jerez de la Frontera. Competindo como convidado, Russell trocou a equipe Koiranen pela Tech 1, e os resultados não demoraram a aparecer. No sábado, ele já havia fechado a corrida na sexta colocação. Na bateria complementar, o desempenho foi ainda melhor. Pole, melhor volta, recorde da pista e vitória, deixando De Vries e a Koiranen no segundo lugar.
É claro que uma única vitória não salva uma temporada. Mas foi o suficiente para que o britânico lembrasse a todos – incluindo às equipes da F1 – o talento que tem e mostrar que não desaprendeu a correr após um ano abaixo do esperado.

Mudar de equipe também foi a solução encontrada por Thiago Vivacqua. Depois de fechar a temporada da F-Renault Alps pela Fortec sem marcar pontos, o brasileiro voltou à Eurocup, mas dessa vez correndo pela JD. O grande objetivo do carioca neste fim de semana era ser tão competitivo quanto os demais pilotos do grid.
No sábado, a tarefa se mostrou complicada. Vivacqua se classificou em 24º e terminou a prova em 18º, embora apenas 19 carros tenham recebido a bandeira quadriculada. Mas no domingo ele confirmou a evolução esperada. O piloto obteve o 17º posto na classificação – superando nomes como Aurélien Panis, Andrea Pizzitola e o ex-companheiro de Fortec Ben Barnicoat – para encerrar a corrida duas posições à frente.
A exemplo de Russell, o brasileiro também teve que conviver com um time montado para outros pilotos. No caso dele, a situação era ainda mais complicada, uma vez que a Fortec tinha oito carros inscritos entre as diversas F-Renault.
Agora cabe aos dois garotos a continuar o desempenho crescente em 2015 para que os resultados obtidos em Jerez não sejam a exceção.
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