Os participantes das 24 Horas de Le Mans
Os participantes das 24 Horas de Le Mans

Um dos principais eventos do automobilismo mundial, as 24 Horas de Le Mans foram disputadas neste fim de semana, mas acabaram ofuscadas pela abertura da Copa do Mundo de futebol e a quantidade de bons jogos nestes primeiros dias de torneio. Quem não se importou com isso foram André Lotterer, Benoît Tréluyer e Marcel Fässler, da Audi, que alcançaram o terceiro triunfo na França.

Além da terceira vitória do trio da Audi, a corrida também foi marcada por alguns fatos curiosos envolvendo os 161 participantes dessa 82ª edição.

A começar por Matt McMurry, da Caterham, que aos 16 anos, 6 meses e 21 dias se tornou o piloto mais jovem a competir em Le Sarthe. Acho perigoso atletas assim tão inexperientes participarem da tradicional prova francesa, uma vez que o desgaste físico, o estresse, a falta de visibilidade e carros com velocidades tão diferentes acabam representando riscos maiores. Mas como McMurry vem de uma família com tradição nas provas de longa duração, eles sabiam exatamente onde o garoto estava se metendo.

O americano, aliás, foi o sucessor de Cooper MacNeil, o mais jovem da edição de 2013. Mas o piloto da Prospeed também teve motivos para entrar na história da etapa deste ano, já que ao lado de Jeroen Bleekemolen ele fez parte da única dupla na corrida. Isso aconteceu porque o outro integrante do trio, Bret Curtis, teve a participação vetada pelos médicos após sofrer uma concussão na classificação.

Como o time não colocou ninguém no lugar, MacNeil e Bleekemolen não só foram forçados a guiar por cerca de 12 horas cada, mas também precisaram disputar a divisão GTE Pro, pois não teriam um gentleman driver no carro. Mesmo assim, o duo não fez feio e terminou com a quinta colocação na divisão.

Do outro lado da tabela, Howard Blank, aos 65 anos, foi o mais velho na pista.

Com relação ao ano passado, o número de mulheres em Le Mans diminuiu. Se em 2013 Natacha Gachnang e Keiko Ihara competiram, dessa vez apenas a japonesa esteve presente.

Por outro lado, o número de ex-pilotos da F1 aumentou de 18 para 19. A edição deste ano teve o retorno de Mark Webber como grande destaque, mas Bruno Senna, Lucas Di Grassi, Marc Gené, Anthony Davidson, Sébastien Buemi, Nick Heidfeld, Christian Klien, Gianmaria Bruni, Giancarlo Fisichella, Jan Magnussen, Pedro Lamy, Shinji Nakano, Mika Salo, Alexander Wurz, Stéphane Sarrazin, Kazuki Nakajima, Karun Chandhok e Olivier Beretta também já tiveram passagem pela principal categoria do automobilismo mundial.

Os GTs
Os GTs

E como estamos em época de Copa, nada mais apropriado que falar da divisão entre países. Se o Brasil tem 32 seleções disputando a taça, a corrida francesa recebeu representantes de apenas 29, sendo que nenhum deles veio de uma nação africana ou da Antártida (obviamente).

A maior delegação, claro, foi a da França, com 33 pilotos, embora o Reino Unido tenha chegado perto com 27. Ao contrário dos últimos anos, dessa vez o número de trios 100% da casa – principalmente entre amadores – foi menor, o que equilibrou a batalha entre esses dois países.

A terceira colocação acabou com os Estados Unidos, com 16 pilotos, seguidos pela Itália com 15.

Aliás, aqui ainda vale um dado curioso. Ano passado, apenas um italiano competia nos protótipos – Andrea Belicchi, da Rebellion. Em 2014, no entanto, o número cresceu, já que Marco Bonanomi (Audi) e Maurizio Mediani (SMP) também estavam na LMP1 ou LMP2.

Por outro lado, os suíços mantiveram a tradição de correr apenas em protótipos, com seus oito pilotos nessa divisão. Não é coincidência, portanto, que a trinca vencedora teve um piloto do país, Marcel Fässler. Ele competiu ao lado de um alemão (Lotterer) e de um francês (Tréluyer). Essa combinação de países também apareceu em outros dois carros: no Rebellion quarto colocado – formado por Nick Heidfeld, Mathias Beche e Nicolas Prost – e no Porsche de Marc Lieb, Romain Dumas e Neel Jani.

Já República Tcheca, Emirados Árabes Unidos, Argentina, Canadá, Arábia Saudita, Suécia, Holanda, Nova Zelândia, Irlanda, Índia, Venezuela, Mônaco e Bélgica tiveram apenas um piloto cada.

Lembrando que Fernando Rees, James Calado, Loïc Duval, Bret Curtis, Alex MacDowall e Darryl O’Young não entram nas estatísticas acima, pois não puderam largar em decorrência de acidentes. Patrick Dempsey, por outro lado, correu normalmente e também carrega a alcunha de piloto mais famoso para quem não acompanha automobilismo.

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