
É engraçado pensar que o principal evento deste fim de semana no automobilismo não foi uma corrida, mas sim um treino classificatório. Como as atividades das 500 Milhas de Indianápolis se arrastam por semanas, o qualifying acaba tendo mais importância que outras categorias, mesmo que a corrida aconteça apenas na semana que vem.
Só que nem tudo saiu como a Indy planejava. Para tentar atrair o público e dar um maior dinamismo à disputa, a organização das 500 Milhas resolveu mudar as regras em 2014. Assim, o sábado serviria para conhecer os 30 primeiros carros classificados para a prova, enquanto as posições no grid seriam definidas apenas no domingo, bem como os últimos três participantes.
No entanto, neste ano foram apenas 33 inscritos para a corrida. Ou seja, todos que começaram os treinos já estavam garantidos na prova, o que retirou a importância das atividades do sábado. Consequentemente, a única emoção acabou sendo conhecer os nove que brigariam pela pole neste domingo.
E nem nisso a categoria americana deu sorte. Tudo porque o único piloto que tinha chances de entrar no top-9 após todo o atraso provocado pela chuva ainda na primeira fase da classificação era Kurt Busch. Mas o estreante não estava mais em Indianápolis nos momentos finais. Mesmo com um carro mais rápido que os adversários, o piloto foi obrigado a deixar a pista e correr para Charlotte, onde ia disputar a All-Star Race da Nascar.
Quando soube do resultado das 500 Milhas, Busch admitiu ter tomado a decisão errada. O piloto afirmou que seria melhor ter ficado em Indianápolis e tentado entrar no top-9 ao invés de disputar a classificação da All-Star. Mas também é preciso levar em conta que o americano só disse isso quando já sabia do resultado. Na hora de escolher entre ficar em Indianápolis ou voltar a Charlotte, ele não fazia a menor ideia do que podia acontecer.

Com Busch de volta, o segundo dia de treinos em Indianápolis também não teve maiores emoções. A primeira sessão serviu para estabelecer quem ia largar da décima à 33ª colocação. Cada piloto teve uma tentativa, e Juan Pablo Montoya levou a melhor. O colombiano acabou com a segunda melhor marca do dia entre os 33 competidores, mas foi obrigado a se contentar apenas com o décimo posto.
Mais tarde foi a vez do Fast Nine, a superpole. E Ed Carpenter não teve adversários. Pelo segundo ano consecutivo, o americano fez valer a experiência que tem em ovais para garantir a primeira colocação no grid.
Em uma edição das 500 Milhas com exatos 33 inscritos, sem Bump Day e um sábado que não serve para muita coisa, o duelo de Carpenter contra os oito adversários na luta pela pole acabou sendo a única emoção desse novo formato de classificação.
Pensando que essa é a terceira Indy 500 com o novo carro da Dallara e o grid não tem aumentado, talvez já esteja na hora de a categoria pensar em alguma maneira mais agressiva de atrair novos competidores ou então fazer como a Nascar e reconhecer que esses bólidos não deram certo, corrigindo os erros com uma nova geração.
Você pode clicar aqui para ver como ficou o grid da largada da Indy 500, assim com os resultados das principais categorias neste fim de semana.