
Poucos pilotos já podem dizer em 2014 que são campeões. Um deles é Andrew Tang, de 19 anos, que desbancou a forte concorrência dos adversários europeus e fez história ao se tornar o primeiro estrangeiro a garantir o título da Toyota Racing Series. No entanto, mesmo assim, o piloto de Cingapura corre o risco de não poder dar prosseguimento à carreira.
É verdade que o título na Nova Zelândia abriu portas para Tang no continente europeu. O garoto, porém, pode não aproveitá-las, já que foi convocado para o serviço militar obrigatório em Cingapura e precisará passar os dois próximos anos longe das pistas.
Na verdade, os problemas de Tang começaram durante a disputa da própria Toyota Racing Series. Com os dois pódios obtidos em Hampton Downs, o piloto chegou à etapa final, em Manfeild, na liderança do campeonato e com chances reais de conquistar o título.
Só que nesse meio tempo ele foi convocado pelo exército cingapuriano para voltar ao país e começar a servir. Enquanto os equipamentos da TRS eram transportados para o autódromo da decisão, Tang, a equipe Neale e os patrocinadores conseguiram convencer o governo do país asiático a adiar o prazo por uma semana.
A própria legislação da cidade-estado já prevê esse tipo de coisa. Se um atleta de Cingapura estiver representando o país em uma competição internacional, então ele é liberado para se apresentar ao serviço militar quando o evento terminar. O problema é que o automobilismo não entra nessa lei, embora o país receba uma corrida da F1.

Mesmo com esse impasse inicial, o governo concordou em permitir que Tang terminasse de correr na TRS, sendo campeão. Uma vez o campeonato finalizado, o piloto foi portanto obrigado a voltar à terra natal para cumprir a lei.
Mas o título de Tang fez com que diversas equipes do continente europeu passassem a prestar atenção nele. Ao contrário do que acontece em diversas modalidades, é muito difícil no automobilismo você conseguir retomar a carreira – principalmente se o foco for a F1 – após dois anos praticamente parado.
Por causa disso, o piloto e alguns amigos resolveram agir. Eles criaram uma petição online pedindo para o governo de Cingapura o liberar do serviço militar, até porque ele é a principal chance de o país um dia ter um representante na F1.
O triste dessa história toda é que petição online não é exatamente a melhor forma de conseguir alguma coisa – ou então você acredita que assinar tudo o que aquele Avaaz promove acaba dando resultado?
Mesmo assim, Tang tem um bom argumento, embora talvez não seja o bastante para convencer o governo de Cingapura. Até porque, se isso acontecer, vai acabar abrindo brecha para que diversos atletas de outras modalidades também questionem terem feito parte do serviço militar obrigatório.
Com tantos garotos e garotas deixando de correr por falta de patrocínio, não deixa de ser curioso ver alguém ser impedido de seguir carreira por algo como serviço militar. Quem quiser assinar a petição e ajudar Tang basta clicar aqui.
Sacanagem com o menino, o Kimi deve ter estreado tarde no automobilismo devido a isso, eu li uma reportagem que falava que ele tinha cumprido o serviço militar.
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