A Nascar anunciou mudanças drásticas no Chase
A Nascar anunciou mudanças drásticas no Chase

Quando já começávamos a nos acostumar com a ideia de a F1 fazer uma corrida com pontuação dobrada na decisão do campeonato, a Nascar resolveu chocar o mundo do esporte a motor e revelar as novas regras de 2014. Em uma tentativa de evitar o sétimo título de Jimmie Johnson em nove anos, a categoria anunciou que o campeão será o piloto que chegar na frente na última etapa do ano, em Homestead-Miami.

O único detalhe é que não é tão fácil chegar à Flórida com chances de ser campeão. A partir do próximo campeonato, o Chase passa de 12 para 16 pilotos. A ideia é que quem vencer uma corrida na temporada regular se classifica direto para os playoffs. No caso de o primeiro colocado após as 26 primeiras corridas não tiver ganhado uma etapa, então ele entra no lugar do vencedor que tenha somado menos pontos.

E se menos de 16 pilotos tiverem vencido, então os demais classificados para a fase final serão determinados a partir da pontuação. Na verdade, a prática é muito mais simples que a explicação que eu dei.

No Chase, a grande novidade é que haverá rounds eliminatórios a cada três corridas. Ou seja, após as etapas de Dover, Talladega e Phoenix quatro competidores caem fora. Os 16 viram 12, depois oito e aí são definidos os quatro que vão a Homestead com chance de ser campeão. Na última prova, o melhor classificado leva a taça.

Há ainda um último detalhe. Quem vencer dentro do Chase avança automaticamente à fase seguinte. Assim, um piloto pode bater em Chicagoland e New Hampshire, mas triunfar em Dover e passar para a segunda eliminatória mesmo que tenha somado o menor número de pontos entre os 16. E por aí vai.

As novas regras do Chase
As novas regras do Chase

A grande pergunta, portanto, é o que muda com essas novas regras?

Temporada regular

As primeiras 26 corridas são as menos afetadas com as novas regras. De acordo com a Nascar, eles esperam disputas mais apertadas na luta pela liderança – talvez até alguns acidentes –, já que cada vitória passa a importar.

Mais do que isso, eu diria que as corridas em Daytona e Talladega devem ganhar emoção por ser praticamente a única chance de muitas equipes de ir ao Chase. As provas com ameaça de chuva também devem ficar mais disputadas, afinal alguns pilotos também não terão nada a perder e poderão arriscar alguma estratégia suicida de ficar na pista conforme a tormenta for aumentando.

Também devemos ter mais corridas definidas na estratégia do combustível, com alguns times indo para o tudo ou nada, e mais gente arriscando táticas diferentes quando houver uma bandeira amarela nas últimas voltas.

A nova regra da Nascar, de classificar majoritariamente os vencedores para o Chase, também poderia ser um tiro no pé na temporada regular, já que um piloto pode ganhar em Daytona e não precisar mais se preocupar nas 25 etapas seguintes.

Só que isso não é muito inteligente. A primeira fase dos playoffs continua dando três pontos de bônus para quem venceu na temporada regular. Ou seja, alguém que vença oito vezes na no começo pode chegar com uma vantagem de 20 pontos na primeira eliminatória, o que praticamente evita que ele caia fora, mesmo com dois abandonos.

Chicagoland, New Hampshire e Dover

Com o Chase sendo aumentado para 16 participantes, a primeira eliminatória não deve ser um problema para os pilotos de ponta. Na verdade, ela deve servir para limpar quem não teria condições normais de estar nos playoffs, além de um azarado ou outro que acumule dois abandonos nas três corridas.

Basta lembrar que, caso as novas regras fossem aplicadas nos últimos campeonatos, David Ragan estaria no Chase em 2013, enquanto Regan Smith, Ragan, Marcos Ambrose e até mesmo Paul Menard disputariam os playoffs em 2011.

Talladega passa a valer mais do que nunca
Talladega passa a valer mais do que nunca

Kansas, Charlotte e Talladega

A segunda eliminatória também não é um problema para os principais pilotos. Kansas e Charlotte são ovais de 1,5 milha, onde geralmente os favoritos não costumam decepcionar e terminam na frente.

O ingrediente a mais aqui é Talladega. Ou seja, mesmo que um piloto abandone as duas primeiras provas, ele ainda tem uma boa chance de avançar caso vença no superoval. O problema é que ao menos dez pilotos vão para a corrida no Alabama precisando da vitória, um prato cheio para acidentes e confusões.

Martinsville, Texas e Phoenix

Chegar à semifinal não parece ser um problema muito grande para os favoritos de sempre, mas é nesse momento que os pilotos vão precisar mostrar que têm condições de levantar a taça em Homestead.

Martinsville, Texas e Phoenix são três ovais completamente diferentes, então passar por essa eliminatória exigirá que uma equipe seja boa em todos os tipos de pista. No ano passado, por exemplo, Matt Kenseth foi segundo em Martinsville, quarto em Fort Worth, mas acabaria eliminado graças ao 23º lugar no Arizona.

Assim, para ir à final, ou o piloto precisa vencer uma das três corridas e garantir o avanço automático, ou conseguir três top 3, pelo menos. Com um grid tão competitivo, três top 5 talvez não seja mais o suficiente.

Homestead-Miami

Com a decisão do campeonato acontecendo em apenas uma corridas, não há muito o que acrescentar. Na verdade, há mais perdas que ganhos. Como só vamos conhecer os classificados após Phoenix, então não teremos mais aquela batalha psicológica entre os postulantes ao título que aconteceu nos últimos anos.

Assim, que gostou das provocações de Tony Stewart em Carl Edwards, em 2011, e de Jimmie Johnson em Denny Hamlin, um ano antes, não verá nada disso dessa vez.

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