O carro 10 está vago. Quem vai ficar com ele?
O carro 10 está vago. Quem vai ficar com ele?

Todo mundo que vai a um autódromo sabe que há riscos envolvidos. Mecânicos, engenheiros, equipes de televisão e até mesmo o público estão sujeitos a se envolver em algum incidente. E, claro, são os piloto que correm os maiores riscos, afinal são eles que estão dentro dos carros a altíssimas velocidades.

No entanto, saber desse risco não prepara necessariamente um piloto para tudo o que pode acontecer. Foi isso o que aconteceu com Dario Franchitti. O escocês anunciou nesta quinta-feira, dia 14, que está abandonando as pistas por causa do acidente que sofreu na penúltima etapa da Indy, em Houston. Segundo os médicos, caso o piloto sofresse um novo dano na cabeça ou na coluna poderia ter sequelas irreversíveis ou até mesmo ser fatal.

Se a quinta-feira foi um dia de homenagens ao escocês, a partir de agora a Ganassi já começa a pensar no planejamento de 2014. Até porque a notícia não poderia ter vindo em um pior momento, com o mercado de pilotos já resolvido e sem muitas opções no mercado.

Assim, a equipe americana pode seguir dois caminhos a partir de agora. O primeiro é considerar que o substituto de Franchitti já foi contratado, é Tony Kanaan. É verdade que a ideia da equipe era colocar os dois amigos – além de Scott Dixon juntos –, mas a experiência e a velocidade do brasileiro é o que de mais próximo há do escocês no mercado de pilotos da Indy.

Na terça-feira, Kanaan contou em uma entrevista coletiva que a Ganassi não precisou contratar nenhum funcionário para passar a inscrever quatro carros neste ano. A equipe apenas pegou um grupo de testes e o transformou no quarto time. Com isso, a escuderia pode reverter essa decisão e passar a equipe de Franchitti a Tony de forma quase intacta, até porque o brasileiro já trouxe o engenheiro Eric Cowdin, que o acompanhava desde o início da carreira nos EUA.

A outra opção pode ser fundir o time do carro 10 aos outros três. Se mecânicos e engenheiros de Dixon, Charlie Kimball e Kanaan já são bons, imagina reforçados pelos integrantes do time megacampeão.

Nicolas Minassian foi o último europeu promovido pela Ganassi
Nicolas Minassian foi o último europeu promovido pela Ganassi

A Ganassi, porém, pode escolher uma substituição simples, trazendo alguém para o lugar do escocês. O problema é que não há muitas opções no mercado. Simon Pagenaud, Sébastien Bourdais, Ryan Hunter-Reay e James Hinchliffe recentemente assinaram novos contratos e não estão disponíveis neste momento.

E trazer alguém da Indy Lights não é mais algo tão bom, levando em conta que a categoria sequer teve dez carros nesta temporada. Por mais que Carlos Muñoz tenha impressionado nas 500 Milhas de Indianápolis, o desempenho do colombiano foi muito ruim durante o ano, já que ele não conseguiu chegar à última etapa do certame brigando pelo título.

Sem um jovem à disposição, talvez a melhor escolha para a Ganassi nesse momento seja apostar em um veterano, como Justin Wilson, Alex Tagliani e Ryan Briscoe, até esperar que um dos grandes nomes do mercado fique livre de contrato.

Todavia, sempre é uma boa ideia olhar para o que acontece na Europa. É verdade que a Ganassi não promove alguém do velho continente desde Bruno Junqueira e Nicolas Minassian, em 2001, mas a escuderia também não se encontrava em uma posição tão crítica como essa há muito tempo.

Com tantas mudanças de equipe na F1, não seria absurdo se a escuderia acabasse fazendo uma oferta para quem acabasse a pé. Sergio Pérez, Esteban Gutiérrez, Adrian Sutil e até mesmo Nico Hülkenberg podem estar livres em breve. E sempre há a opção de recorrer à GP2. Embora Fabio Leimer não tenha impressionado em quatro anos no certame, Sam Bird já afirmou que cogita se mudar para a América. E por que não na Ganassi? Tem lugar melhor?

P.S.: a Ganassi confirmou nesta sexta que o carro 10 vai continuar existindo ano que vem. Ou seja, o dilema sobre a falta de opções continua

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