Não se engane, a Campos de hoje é bem diferente daquela que saiu da categoria em 2008
Não se engane, a Campos de hoje é bem diferente daquela que saiu da categoria em 2008

A GP2 anunciou nesta terça-feira, dia 15, a lista das 13 equipes que vão disputar as próximas três temporadas da categoria. A única novidade com relação ao atual campeonato é a saída da Addax e o retorno da Campos, que já esteve no certame entre 2005 e 2008.

Na verdade, não é exatamente uma substituição. Quando a Campos estreou no campeonato, ela tinha dois sócios, Adrian Campos e Alejandro Agag. O primeiro acabou deixando o time, em 2008, para tentar montar uma escuderia na F1, vendendo sua parte no time para o parceiro. Com o controle completo da esquadra, Agag a renomeou para Addax.

O problema é que desde o ano passado o dirigente não estava mais interessado na GP2. Sendo o comandante por trás da F-E, Agag ignorava o campeonato de acesso da F1 para se dedicar apenas aos carros elétricos. Por isso, ao invés de se retirar da categoria de base e abrir espaço para algum time interessado, ele fechou um acordo com Adrian Campos, repassando o time ao antigo sócio.

Logo de cara já dá para ver que a GP2 sai ganhando em qualidade. Deixada em segundo plano por Agag, a Addax afundou em 2013. Faltando uma etapa para o fim do campeonato, a escuderia espanhola é a 12ª das 13 equipes na classificação, tendo marcado apenas 22 pontos, menos que uma vitória. Números bem diferentes da Campos campeã entre os times em 2008.

Só que também não é certo comparar uma equipe com a outra. A Campos que retorna hoje à GP2 é uma escuderia bastante diferente daquela que ganhou o título há cinco anos. Naquela época, o sucesso se dava justamente pela união dos dois sócios. Enquanto Agag usava a extensa lista de contatos para descolar diversos patrocínios importantíssimos, Campos era quem comandava o lado técnico, selecionando pilotos e funcionários de ponta.

A Addax decepcionou em 2013
A Addax decepcionou em 2013

Sem a tutela de Adrian, a Addax mostrou nos últimos anos que não tinha capacidade para ser uma equipe do primeiro escalão. Por outro lado, sem os investidores amigos de Agag, a Campos sabe que vai precisar de pilotos pagantes se quiser ter futuro nesta volta ao campeonato.

Afinal, está sendo assim na F3 Open (antiga F3 Espanhola). Desde que retornou ao certame, há dois anos, o time de Adrian Campos inscreveu carros para Denis Nagulin, Valeria Carballo, Artur Janosz e Facu Regalia. Tirando o argentino, nomes mais conhecidos por pagar as contas em dia que pelo próprio talento.

Na GP2, a situação não deve ser tão diferente, embora a Campos já conte com investidores como a Barwa, o Santander e a Pepe Jeans.

Assim, o que podemos esperar da escuderia nesse retorno à GP2? Levando em conta que Adrian Campos é empresário de Regalia, o argentino deve ser um dos pilotos. O outro nome deve ser algum veterano endinheirado, capaz de conquistar os resultados necessários. O dirigente espanhol sempre optou por apostar em competidores mais experientes como uma forma de garantir resultados, e essa situação não deve mudar.

Mas como ninguém sabe o real desempenho da escuderia no ano que vem, assinar com a Campos não deixa de ser uma aposta. Mas, ao mesmo tempo, também é uma boa alternativa para quem não tem nada a perder e espera contar com a expertise de quem já foi campeão para poder lutar por vitórias.

 

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