
Nunca pensei que fosse escrever um texto sobre uma vitória de Scott Speed aqui no Brasil, mas isso aconteceu neste domingo, dia 21. O ex-piloto da F1 participou da etapa do RallyCross dos X Games, em Foz do Iguaçu, e mesmo estreando na competição garantiu o X de ouro ao desbancar nomes como Buddy Rice, Nelsinho Piquet, Ken Block e Travis Pastrana.
Durante todo o fim de semana, o americano foi o piloto dominante. Ele já havia marcado o melhor tempo na classificação e foi um dos poucos a conseguir ultrapassar durante as baterias preliminares. Na decisão, Speed travou um bom duelo contra Toomas Heineken Heikkinen para terminar com a vitória.
Antes de a corrida ser interrompida por um problema de Ken Block, o americano, mesmo com o carro aos pedaços, perseguia ferozmente o finlandês. Quando a prova foi liberada, o ex-piloto da Red Bull manteve a pressão, mas guardou uma carta na manga para o final.
É que todos os competidores tinham direito a passar pelo ‘Joker Lane’ – um atalho na pista – uma vez por corrida. Enquanto Heikkinen usou a traçado extra para ganhar vantagem nas voltas iniciais, o americano guardou o trunfo para a última volta, quando conseguiu ultrapassar o adversário, graças a um erro do piloto, que espalhou na tangência.
Com isso, Speed garantiu o X de ouro, seguido por Toomas Heikkinen e Patrik Sandell. Nelsinho Piquet, por outro lado, teve uma estreia complicada em Foz do Iguaçu. O brasileiro havia marcado o quarto tempo na tomada de tempos, mas acabou cometendo um erro amador, mas completamente compreensível na primeira bateria.

Quando foi dada a largada, talvez acostumado com a F1, Nelsinho acelerou assim que as luzes vermelhas se apagaram. O problema é que no RallyCross é necessário esperar as luzes verdes acenderem. Por isso, o brasileiro acabou punido com um stop-and-go e foi apenas o terceiro na bateria, sendo que os dois melhores avançavam à decisão. Na repescagem, o piloto da Turner voltou a terminar em terceiro, sendo eliminado.
Mesmo sem um representante do país na final, a última corrida foi bastante interessante. Infelizmente, um acidente logo na largada acabou eliminando Block, Pastrana e Tanner Foust da corrida. O piloto do WRC até conseguiu continuar na prova, mas como ficou com o carro parado no meio do circuito a direção acabou acionando a bandeira vermelha. Por fim, Speed mostrou que era, sim, possível ultrapassar no circuito de Foz do Iguaçu e venceu.
Dito isso, há alguns pontos interessantes desse primeiro round da competição. Por exemplo, a organização dos X Games acertou em convidar mais pilotos de verdade para a disputa do RallyCross. Em muitos eventos do ano passado, atletas de outras modalidades – vindos das motos, do skate, dos patins e das BMX – acabavam chamados para correr. É claro que eles faziam sucesso diante do público deles, mas acabavam nivelando a competição por baixo.
Dessa vez, fora esses competidores, houve a presença de vários pilotos. Além de Nelsinho e Speed, nomes como Buddy Rice (Indy), Steve Arpin (Nascar) e Maurício Neves (Dakar e rali) também estiveram concorrendo. Não que as corridas tenham sido ótimas, mas a presença desses competidores fez com que houvesse um suspense até a última curva.

De negativo fica a construção da pista de Foz. Como ela era formada quase que 100% na terra, os pilotos praticamente não tinham aderência para fazer ultrapassagens. Para isso, eles só ganhavam posições se um adversário errasse ou fazendo uso da Joker Lane. Eu não sei se ambientalmente falando, a organização dos X Games podia asfaltar alguma parte ali, mas se o evento retornar ao Brasil no próximo ano seria interessante estudar o uso de alguma estrada da região para montar parte da pista.
Outro problema foi a própria terra. Segundo a transmissão oficial, os organizadores não contavam com a terra vermelha de Foz do Iguaçu e logo perceberam que a poeira levantada pelos carros era exagerada. Eles fizeram o possível para contornar a situação, mas em alguns momentos era impossível ver o que se passava na pista, mesmo com todo o auxílio da televisão. Novamente, se houvesse um trecho de asfalto, esse problema seria minimizado.
Mesmo com essas falhas, acho que o RallyCross no Brasil foi um evento divertido para quem conseguiu assistir em meio a tanta poeira.
Para conferir como foi a bateria decisiva, com a vitória de Scott Speed, basta ver o vídeo abaixo:
Deu para notar grande diferença na preparação/rendimento entre alguns carros. Como e o regulamento?
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Olá Felipe,
Estive nos X GAMES Foz do Iguaçu, e posso garantir que apensar das dificuldades criadas pela nossa querida terra vermelha, tanto a organização, quanto o publico adoraram a experiencia de ver estes lindos carros e seus pilotos desafiando cada curva. Antes de cada bateria eles molhavam a pista, mas como estamos enfrentando uma pequena estiagem nos últimos dias, toda a vegetação se encontra ressecada, e a terra bem seca. O evento para quem não veio ou curtiu pela televisão foi um grande sucesso, com a divulgação de Foz do Iguaçu, para 90 milhões de pessoas no mundo todo, em mais de 50 países. Os X GAMES Foz do Iguaçu, já estão garantidos nos próximas 2 edições, em 2014 e 2015.
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Eu gostei da corrida. Lembra as provas do velocidade na terra, comuns aqui em SC, mas com as derrapagens do rali. É um formato interessante para o Brasil, já que as provas são rápidas e numa “arena”, o que atrai público e TV.
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