
A F1 não foi a única categoria que correu em Melbourne neste fim de semana. Quem também esteve na pista do Albert Park foi a V8 Supercars, que realizou um campeonato extraoficial formado por cinco provas e um bom prêmio em dinheiro no final. E, veja você, o campeão foi ninguém menos que Coulthard.
Só que não falo de David Coulthard, ex-piloto de Williams, McLaren e Red Bull, que venceu duas vezes na F1 na Austrália. O vitorioso foi Fabian Coulthard, neozelandês de 30 anos de idade, primo de segundo grau do ex-companheiro de Mika Hakkinen.
É claro que o torneio da V8 Supercars ganhou destaque por um cara chamado Coulthard ter sido o campeão. Mas, as disputas na pista foram bem interessantes, até porque o vencedor corre pela equipe de Brad Jones, que não vencia no certame desde 2011. Esses também foram os primeiros triunfos do piloto na categoria, embora não valham como estatística, já que foi em um torneio extraoficial.
Com isso, chegamos a uma marca interessante, das sete corridas disputas em 2013 – duas em Adelaide e cinco em Melbourne – seis foram vencidas por pilotos da Nova Zelândia. Além dos três triunfos de Coulthard neste fim de semana, os kiwi venceram na abertura do campeonato com Shane Van Gisbergen, que voltou a ganhar agora. A última corrida no Albert Park ainda foi conquistada pelo estreante Scott McLaughlin.
Além disso, em todas as corridas os pilotos neozelandeses largaram na pole-position.

Não deixa de ser uma coincidência, mas há uma explicação para esse domínio. É que em 2013 a V8 Supercars estreou um novo carro, e a Holden parece ter saído na frente, deixando Ford, Nissan e Mercedes para trás.
Além disso, como houve a chegada de duas novas montadoras, a Holden fornece equipamento para menos equipes, então times pequenos de antes agora estão mais fortalecidos. Como contam com pilotos neozelandeses, eles se aproveitaram do momento para sair a ganhar. Outro aspecto é que a Triple 8, megavencedora com Jamie Whincup, não está mais com o desempenho dominante de outras épocas – talvez ainda pegando as manhas do novo equipamento – e a HRT já sofre com falta de desempenho faz tempo.
Por fim, há a própria qualidade dos pilotos. Para alguém conseguir sair da Nova Zelândia e ser pago para correr na Austrália precisa mostrar que é bom. Só os melhores conseguem, por isso é natural que em algum momento andem na frente.
Há um último fator que são os dois campeonatos de V8 que existem na Nova Zelândia, então atletas como McLaughlin e Van Gisbergen têm mais tempo de pista – mesmo que com o carro antigo – durante a temporada. Faz sentido, mas isso não é tão fundamental quanto o equipamento melhor.
Felipe, o número de Holdens não diminuiu muito comparando o ano passado com esse. Em 2012 tinham 17 Commodore, esse ano são 15. A minha teoria da supremacia “vermelha” nesse começo de temporada vem do fato de que a Holden é a única marca que possui mais de um construtor. Triple Eight, HRT, BJR e GRM constroem COTFs com bolha e motor do braço australiano da GM, enquanto as outras marcas possuem apenas um construtor cada.
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