
Todos os anos a F1 realiza o chamado Treino dos Novatos, aquela atividade que acontece geralmente em Abu Dhabi, no fim da temporada, e serve para dar experiência a jovens pilotos, além de fazer com que os times menores arrumem uma graninha extra ao vender as vagas para algum endinheirado.
Uma das piadas mais antigas sobre esse teste é que ele deveria mudar de nome para “Treino dos Novatos & Gary Paffett”, já que o eterno reserva da McLaren, nascido em 1981, sempre é escalado para comandar um dos carros prateados, competindo contra rivais que, a grosso modo, tem metade da idade.
Não é absurdo, portanto, afirmar que o britânico é o tiozão da turma, quase como alguém pago para supervisionar o comportamento da molecada.
Curiosamente, essa experiência em babysitting deu resultado. Depois de tomar conta dos aspirantes à F1, o britânico será o competidor mais velho da Mercedes neste ano no DTM, já que Jamie Green se mandou para a Audi e Ralf Schumacher finalmente decidiu se aposentar.
Para o lugar do ex-piloto da F1, a montadora de Stuttgart promoveu Pascal Wehrlein, de apenas 18 anos de idade, que estava na F3 Euro. Com isso, o germânico vai se tornar o atleta mais jovem da história a disputar uma etapa da principal categoria de turismo da Alemanha.

Wehrlein, aliás, não é o único jovem no time. Nas duas últimas temporadas, a Mercedes já havia apostado em pilotos promissores, na tentativa de fortalecer o plantel. Nos outros carros estarão o também estreante Daniel Juncadella (21 anos), Roberto Merhi (21 anos), Robert Wickens (23 anos) e Christian Vietoris (23 anos).
Ou seja, adivinha quem vai ser o tiozão da turma e ter que ficar de olho no comportamento dos mais jovens? Claro, Gary Paffett.
A situação, porém, não é tão simples assim. A escolha por Wehrlein revelou que a Mercedes não tinha outra opção. Afinal, por que eles subiriam um piloto com apenas um ano de experiência na F3 Euro, se Merhi e Juncadella só chegaram ao DTM depois de passarem três anos disputando título da categoria de base?
E o que agrava essa situação é que os germânicos testaram uma série de nomes mais experientes, como Mike Conway, Robert Kubica e Bruno Senna antes de optarem por Ralf e Juncadella. Como o Schumacher mais novo resolveu não continuar a correr, a luz vermelha foi acesa em Stuttgart.
Com isso, a situação da montadora é a mesma do ano passado. Paffett deve ser o único nome na briga pelo título, enquanto os cinco garotos – com o agravante de dois estreantes – farão de tudo para se firmarem no certame.
De qualquer forma, não há duvidas de que o britânico tenha todas as condições de lutar pela taça, mas também é inegável que a margem para que algo saia errado é muito grande, ainda mais com a Mercedes tendo apenas seis carros contra oito da BMW e Audi. Se Paffett abandonar as duas primeiras corridas – até mesmo por erros de outros pilotos –, o que a Mercedes pode almejar para o restante do campeonato?
Essa também é a primeira decisão operacional que a montadora precisou tomar desde a chegada de Toto Wolff como diretor. É verdade que a aposta em Wehrlein pode se tornar uma aposta certeira, mas seria bom o time mostrar algum planejamento ao invés de tentar descobrir um novo Paul Di Resta – que também trocou a F3 pelo DTM – a todo custo.
No início do ano, eu já tinha escrito aqui no World of Motorsport sobre a necessidade de a Mercedes ter mais experiência – um lastro – em 2013. Basta clicar aqui para relembrar.
Mas seria muito bacana se a Mercedes tivesse colocados os desafetos Conway e Senna na mesma equipe… Ia voar fibra de carbono pra tudo quanto é lado!
CurtirCurtir
Eu entendo que essa crise de pilotos na Mercedes é devido a falta de investimentos na formação de pilotos de turismo. A Audi e a BMW investem em outras categorias (WEC, Blancpain Endurance Series, V8 Superstars, WTCC).
Além disso, a creche da Mercedes está tão ruim que o Maro Engel está tomando uma surra na V8 Supercars australiana.
CurtirCurtir
Uai, a Mercedes também tem carros em GT1, BES, V8 Supercars, isso sem falar no envolvimento em categorias de base, como a F3 Euro, onde pagam para os caras correrem
CurtirCurtir
Então os resultados desse investimentos são péssimos. Na V8 Supercars o investimento é recente, mas nas outras, não. A Audi tem, para os próximos anos, o René Rast e a BMW tem o Maxime Martin, que devem subir ao DTM.
CurtirCurtir
Se Ralf Schumacher, com o que rendeu nesses anos de DTM, tá precisando brigar pra sair é porque tá feia a coisa mesmo rs.
CurtirCurtir
Felipe, falando em jovens, o que você acharia do Pepe Oriola no DTM?
CurtirCurtir
Acho que ele ainda não mostrou muita coisa no WTCC, quanto mais pensar em DTM.
CurtirCurtir