A F3 voltou ao centro do automobilismo brasileiro ao ser um dos focos de Carlos Col na corrida pela presidência da CBA
A F3 voltou ao centro do automobilismo brasileiro ao ser um dos focos de Carlos Col na corrida pela presidência da CBA

Uma das notícias mais importantes do automobilismo brasileiro neste fim de semana foi a demissão de Carlos Col da Vicar. O criador da Stock Car e responsável pelo retorno do Brasileiro de Marcas já havia vendido sua parte na empresa e acabou chutado de lá após divergências internas.

Além de ter conseguido uma boa grana com a venda, Col tem outros projetos em mente. Um deles é passar os próximos anos arquitetando uma aliança para se candidatar ao cargo de presidente da CBA e tomar as rédeas do automobilismo nacional.

Não é surpreendente, mas um dos pilares dessa candidatura deve ser uma reestruturação do kartismo e das categorias de base nos monopostos para que o Brasil volte a revelar bons pilotos constantemente como fazia em um passado não tão distante.

Para que isso aconteça, o primeiro passo será endireitar a F3 Sudamericana. Neste fim de semana, estive em Interlagos para cobrir a abertura da temporada 2013 da Stock Car e ouvi que Col continua dono da F3 neste ano. Apesar disso, a categoria deve continuar como preliminar do Brasileiro de Marcas (este nas mãos da Vicar), conforme o calendário já divulgado.

É claro que não deixa de incoerente que mesmo demitido Col continue com laços com a Vicar. Porém, romper o contrato nessa altura do ano seria um tiro na proporia categoria, já que seria necessário reconstruir o campeonato praticamente da noite para o dia. Lembrando que isso foi feito no ano passado e o resultado foi péssimo, com apenas três pilotos disputando todas as etapas.

Gustavo Myasava está confirmado na Hitech em 2013
Gustavo Myasava está confirmado na Hitech em 2013

Essa também não é a primeira vez que há promessas de dias melhoras para a F3 Sudam. Em cada um dos últimos cinco anos em algum momento houve notícias – de certa forma mirabolantes – que davam conta do ressurgimento do campeonato. Obviamente, nenhuma delas deu certo até agora.

Então, o que torna o plano de Col tão diferente? Em primeiro lugar é que está sendo tocado por alguém sério. Não que os dirigentes anteriores tenham sido amadores. Pelo contrário, mas é inegável que a Col e Vicar têm crédito pelo crescimento da Stock Car na última década e pelo sucesso relativo do Brasileiro de Marcas.

O segundo ponto é que a F3 precisava passar por uma reestruturação interna. E ela já aconteceu no ano passado. As equipes estão mais unidas em prol da sobrevivência do campeonato, assim como o certame passou a ter um calendário mais próximo da realidade financeira do automobilismo de base no país. Desde 2012, o certame voltou a ter rodadas duplas e sem viagens distantes para países da América do Sul.

É claro que gostaríamos que a F3 Sudam voltasse a correr em Argentina, Chile e Uruguai como já aconteceu em outros anos. No entanto, se as provas estrangeiras significam um custo desnecessário e um empecilho para a formação de um grid fortalecido, então é melhor não tê-las por enquanto.

Ainda em Interlagos, ouvi que há uma estimativa de 16 carros disputando a temporada completa em 2013. Acho uma previsão bastante otimista, mas pode acontecer. Por mim, eu já ficaria feliz se tivermos de nove a 12 pilotos em todas as etapas, além de alguns inscritos a mais aqui ou ali.

A Vicar disse que deve soltar uma lista provisória de participantes ainda nesta semana. Ao menos três nomes já estão garantidos. A Hitech terá mais uma vez Felipe Guimarães, que não conseguiu retornar à Europa em 2013, além dos novatos Gustavo Frigotto e Gustavo Myasava, este retornando da MRF 2000, na Índia.