Sebastian Vettel voltou a mostrar, em 2012, porque é o melhor piloto da F1 na atualidade
Sebastian Vettel voltou a mostrar, em 2012, porque é o melhor piloto da F1 na atualidade

O último post de 2012 no World of Motorsport não é bem uma retrospectiva. É mais uma daquelas listas que elege os melhores da temporada. Para isso, peguei os mesmos quesitos do site Driver Database e comento aqui os meus vencedores, não só me limitando aos pilotos selecionados por eles. Além disso, em todas as categorias também entra um prêmio – digamos assim – para o melhor brasileiro. Vamos aos eleitos!

Johan Kristoffersson foi tão bem pela Audi, que chegou a ser pedido no DTM pelos torcedores
Johan Kristoffersson foi tão bem pela Audi, que chegou a ser pedido no DTM pelos torcedores

Revelação do ano: Johan Kristoffersson. Eu gosto de começar essa lista pelas revelações porque geralmente é um piloto pouco conhecido, mas dono de uma história muito boa. Em 2012, não foi diferente. O sueco Kristoffersson, de 24 anos, mostrou neste ano que pode se tornar um dos melhores pilotos de turismo da atualidade, quem sabe até mesmo se tornar um sucessor de Mattias Ekström.

Este ano, o sueco disputou três campeonatos: a Superstars Series (o principal campeonato de turismo da Itália), o Campeonato Escandinavo de Carros de Turismo (STCC) e a Porsche Cup da Escandinávia. Ganhou todos. Foram 42 corridas, com 17 vitórias, 27 pódios e nove pole-position. Para isso, derrotou nomes como Johnny Herbert, Vitantonio Liuzzi e Rickard Rydell.

Esse bom desempenho chamou a atenção da Audi, que o levou para participar de um treino do DTM no início do mês. No entanto, o piloto parece não ter agradado à montadora das quatro argolas e já anunciou que não negocia para participar do campeonato alemão, ao menos em 2013.

O principal problema para Kristoffersson é que assim como o surgimento foi muito rápido ele corre o risco de voltar a desaparecer no próximo ano. Resta saber se conseguirá aproveitar a boa fase e fechar alguns contratos vantajosos enquanto está em evidência.

No Brasil: Gabriel Casagrande. Dos muitos jovens pilotos que fizeram a transição para o automobilismo europeu de base em 2012, o paranaense não era um dos mais badalados. Pelo contrário, competindo pela equipe de Mark Burdett e enfrentando o encerramento das atividades da F-Renault UK, Casagrande tinha tudo para que os últimos 12 meses fossem jogados no lixo.

O piloto, no entanto, deu a volta por cima e se mostrou rapidamente um candidato às primeiras posições na F-Renault Norte-Europeia (NEC). Foram apenas dois pódios e uma primeira fila na largada, mas a certeza de que por uma equipe maior e sem um início de trabalho tumultuado poderia ter brigado por posições melhores.

Bruno Spengler ficou com o título do DTM ao vencer em Hockenheimring
Bruno Spengler ficou com o título do DTM ao vencer em Hockenheimring

Melhor pilotos de categorias de turismo: Bruno Spengler. Kristoffersson teve um desempenho muito bom em 2012, mas competiu por campeonatos de segundo escalão. Entre os grandes nomes do esporte a motor, Spengler foi quem levou a melhor.

Foi difícil decidir entre o piloto canadense da BMW e Brad Keselowski, da Nascar quem merecia o título aqui. Para escolher o premiado, levei em conta o que cada um fez na etapa decisiva de seus respectivos campeonatos. É verdade que Kese conquistou o título do certame americano apenas no seu terceiro ano completo na categoria, mas na corrida decisiva ele não foi bem.

O americano sofreu com uma estratégia errada nos boxes e só garantiu matematicamente a taça com o abandono de Jimmie Johnson. Mesmo assim, caso o rival tivesse continuado na prova, não havia risco de o piloto da Penske perder a taça, mas a última corrida não foi uma boa exibição.

Spengler, por outro lado, precisava vencer a etapa de Hockenheim para ficar com o título do DTM e foi justamente isso que aconteceu. O canadense segurou  Gary Paffett durante todas as últimas voltas daquela prova, para receber a bandeira quadriculada na frente e dar à BMW o primeiro título da montadora no retorno ao campeonato.

No Brasil: Nelsinho Piquet. Assim como definir o melhor piloto de turismo internacional, também foi difícil escolher um brasileiro para dar o prêmio. Afinal, além de Nelsinho, quem também um ano incrível foi Augusto Farfus, o primeiro representante do país a largar na pole e a vencer no DTM.

No entanto, Piquet teve conquistas mais expressivas em 2012, mesmo sendo um segundanista na Nascar Truck Series. O ex-piloto de F1 venceu na Nascar East, na Nationwide e duas vezes na própria Truck Series em circuitos ovais. Ele também se tornou o primeiro piloto estrangeiro a ter vencido tanto em circuito misto quanto oval na Nascar.

Sergio Sette Câmara venceu o torneio da IAME, o X30, na França
Sergio Sette Câmara venceu o torneio da IAME, o X30, na França

Melhor kartista: a definir.

No Brasil: Sérgio Sette Câmara. Em 2012, não teve um piloto de kart que tenha se destacado esmagadoramente. Nomes como Ólin Galli, Gustavo Myasava, João Vieira e até mesmo Gabriel Casagrande tiveram desempenhos muito bons, mas até mesmo pelo vasto número de torneios nacionais, não houve alguém que dominasse. Por isso, levo em conta títulos nessa hora. E Sette Câmara, correndo com chassi ART Grand Prix, venceu o mundial da fornecedora de motores IAME.

Luiz Razia fez uma etapa sensacional em Valência
Luiz Razia fez uma etapa sensacional em Valência

Surpresa do Ano: Luiz Razia. O que podemos dizer? Ninguém esperava que Luiz Razia fosse um candidato ao título da GP2, em um grid com nomes como Davide Valsecchi, Esteban Gutiérrez, Giedo van der Garde e até mesmo Felipe Nasr.

No entanto, o piloto baiano se mostrou focado durante toda a temporada e, com quatro vitórias, ficou com o vice do principal campeonato de acesso da F1. A taça só não veio porque ele acabou cometendo um erro na etapa de Monza, que acabou com qualquer chance de recuperação.

No mundo: Ryan Hunter-Reay. Aqui é preciso fazer uma inversão. Como Razia venceu o título principal de Surpresa do Ano, não faria sentido colocar mais um brasileiro. Por isso, escolho alguém que também surpreendeu em uma categoria internacional: Ryan Hunter-Reay. O americano venceu quatro vezes em 2012, bateu Will Power e se tornou o primeiro americano campeão da Indy desde Sam Hornish Jr.,em 2006.

Mesmo com os problemas, Sebastian Vettel foi campeão em Interlagos
Mesmo com os problemas, Sebastian Vettel foi campeão em Interlagos

Piloto de monopostos do ano: Sebastian Vettel. Eu gosto quando chega nessa parte da lista porque eu não preciso fazer um longo texto explicando a escolha pelo piloto alemão. Todo mundo já está cansado de saber os motivos de o piloto da Red Bull ser premiado, então eu posso ser breve aqui.

Talvez o único adversário de Vettel, em 2012, tenha sido Fernando Alonso, mas condecorar o espanhol não seria a melhor escolha. Além de ter encerrado o ano com o vice-campeonato, o piloto da Ferrari teve um desempenho pior que o de Felipe Massa nas duas últimas etapas da F1. Por isso, precisou de artimanhas da equipe italiana para ganhar posições, incluindo a do brasileiro. Portanto, não acho justo premiar um desfecho desses.

No Brasil: Luiz Razia e Helio Castroneves. Experientes em suas categorias, esses dois pilotos brigaram pelo título em 2012. Enquanto Razia foi uma surpresa na GP2, Castroneves se aproveitou do bom desempenho do carro da Penske e do motor Chevrolet para tentar desafiar Will Power e Ryan Hunter-Reay na Indy.

Com duas vitórias em 2012 – St. Pete e Edmonton –, Castroneves teve números muito parecidos com os que havia conquistado no seu auge na categoria, quando brigou pelo título nas últimas décadas. Dessa vez não deu, mas o reconhecimento está aí.

Antonio Félix da Costa dominou a World Series mesmo tendo estreado na quarta etapa
Antonio Félix da Costa dominou a World Series mesmo tendo estreado na quarta etapa

Novato do ano: António Félix da Costa. É difícil questionar o desempenho do piloto luso na World Series by Renault . Quando foi chamado para substituir Lewis Williamson no programa de jovens pilotos da Red Bull, o escocês estava na última posição do campeonato, sofrendo com um carro mal acertado, principalmente após uma pré-temporada muito mal feita.

Demorou cinco corridas para que Félix da Costa se encontrasse. Depois de um desempenho irregular nas primeiras etapas, o luso terminou em segundo lugar na corrida 2 de Silverstone. A partir daí, a história foi feita. Nas últimas cinco corridas do campeonato, o piloto venceu quatro e terminou a outra em segundo para mostrar que poderia ter disputado o título caso tivesse participado de todas as etapas da temporada.

O bom desempenho do português é ainda mais expressivo, já que a própria World Series by Renault foi vencida por um novato, Robin Frijns. No entanto, apesar de o holandês ter mostrado um desempenho excepcional, ele não teve a menor chance desde que Félix da Costa se juntou à categoria.

No Brasil: Augusto Farfus. Reconhecimento mais do que merecido para o segundo melhor piloto da BMW no DTM. ‘Ninho’, como é chamado pela esposa, conquistou duas pole-position em 2012 e se tornou o primeiro brasileiro a triunfar no certame, com a primeira colocação conquistada em Valência.

Piloto do ano: Sebastian Vettel. Acho que se havia alguma dúvida quanto ao desempenho do tricampeão da F1 em 2012 todas elas foram desfeitas com as quatro vitórias seguidas na temporada asiática e com as recuperações nos GPs de Abu Dhabi – quando largou em último – e do Brasil.

No Brasil: Nelsinho Piquet. É inegável que o ex-piloto da F1 fez história na Nascar com as conquistas de 2012. Agora é ver se ele va continuar marcando seu nome na categoria nos próximos anos.

Recapitulando:

Revelação: Johan Kristoffersson / Gabriel Casagrande
Piloto de turismo: Bruno Spengler / Nelsinho Piquet
Kartista: a definir/ Sergio Sette Câmara
Surpresa: Luiz Razia / Ryan Hunter-Reay
Piloto de monopostos: Sebastian Vettel / Luiz Razia e Helio Castroneves
Novato: António Félix da Costa/Augusto Farfus
Piloto do ano: Sebastian Vettel / Nelsinho Piquet

Concorda com a lista? E a sua, como seria?

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