
Não tá fácil para ninguém. Talvez a maior equipe do automobilismo de base deste século, a ART Grand Prix encerra 2012 com um nó na garganta. Pela primeira vez desde 2004, a escuderia francesa não ganhou nenhum dos títulos de piloto que disputou neste ano.
Aliás, essa é a primeira vez que o título escapou desde que o time mudou de nome para ART Grand Prix, em 2005, quando Nicolas Todt se tornou um dos sócios.
A sequência de triunfos começou em 2004, ainda com o nome de ASM, com Jamie Green vencendo a F3 Euro Series. Nos cinco anos seguintes, Paul Di Resta, Romain Grosjean, Nico Hulkenberg e Jules Bianchi mantiveram a sequência vitoriosa.
A primeira derrota na F3 veio em 2010, quando o motor Volkswagen da Signature foi muito mais competitivo. Com isso, o veterano Edoardo Mortara não teve maiores dificuldades para ficar com a taça, derrotando Valtteri Bottas no equipamento da ART. No entanto, a escuderia francesa já estava mais interessada na GP3. E naquele mesmo ano ficou com a taça do recém-criado campeonato com Esteban Gutiérrez. Para terminar a sequências, Bottas triunfou também na GP3 no último ano.
Para tentar manter a sequência vencedora, na atual temporada, a equipe esteve presente na GP2, na GP3 e na Blancpain Endurance Series. Apesar de ter acumulado vitórias em todos esses campeonatos, a escuderia não foi capaz de levar seus pilotos ao título de campeão.

A melhor chance veio na GP3. Para ficar com a taça, Daniel Abt precisava ganhar as duas corridas da etapa de Monza, além de torcer para um tropeço de Mitch Evans. Digamos que o neozelandês fez sua parte, abandonando as duas provas da rodada dupla. O problema é que o alemão não conseguiu contabilizar. Depois de ter ganhado na primeira corrida, Abt foi incrivelmente ultrapassado na penúltima volta da corrida decisiva, perdendo a vitória para Tio Ellinas. O triunfo do cipriota, assim, abriu espaço para que Evans se sagrasse campeão.
Na GP3 também veio o único prêmio de consolação. A ART venceu o campeonato de equipes, ao somar 378,5 pontos contra 309,5 da MW Arden.
A situação na GP2 também não foi tão ruim. Contando com Gutiérrez e James Calado, o time ficou com a segunda colocação no campeonato entre equipes. Já entre os pilotos, o duo não teve chances contra Davide Valsecchi e Luiz Razia, que monopolizaram a disputa pelo título. Com isso, Gutiérrez terminou em terceiro, com três vitórias, enquanto Calado foi o quinto, somando dois triunfos e sendo o melhor novato do campeonato.
Por fim, na Blancpain Endurance Series, a escuderia inscreveu uma McLaren MP4-12C para Duncan Tappy e Grégoire Demoustier. No campeonato de coridas de longa duração, a dupla venceu a etapa de Navarra, na categoria Pro-Am, mas ficou apenas com a quinta colocação na classificação final.
Nem mesmo na F-Renault a situação melhorou. A R-Ace, uma espécie de irmã menor da ART, também passou longe da disputa pelo título. Nyck De Vries ficou com a quinta colocação no campeonato europeu, enquanto Pierre Gasly foi o décimo e Andrea Pizzitola terminou em 21º.

Entretanto, apesar desse cenário aterrador, o desempenho da ART foi muito melhor do que os resultados sugerem. Na GP2, por exemplo, é o terceiro ano consecutivo que a escuderia francesa coloca um piloto na terceira colocação no campeonato. Derrota mesmo, só em 2010, quando Bianchi terminou atrás de Sergio Pérez – e do campeão Pastor Maldonado – na classificação final.
Depois, eles só perderam para veteraníssimos como Romain Grosjean, Luca Filippi, Razia e Valsecchi, mas inscrevendo carros para no máximo segundanistas na categoria. Em outras palavras, eles se mantiveram fieis ao desenvolvimento de jovens pilotos – sem apostar em megaexperientes para ficar com o título – e fizeram isso com muito sucesso.
Na GP3, a derrota veio por puro acaso. Ser ultrapassado na última volta, não tira o mérito de Daniel Abt de ter levado a disputa pelo campeonato até a corrida final. E também não dá para desmerecer o trabalho de Mitch Evans, que dominou desde o início da pré-temporada e é um piloto muito acima da média.
Por fim, na F-Renault, 2012 serviu como um ano de afirmação na categoria. A estreia, em 2011, não foi boa, com o oitavo lugar na classificação de equipes, mas agora tanto De Vries quanto Gasly conquistaram pódios de forma frequente para fecharem no quinto lugar entre as escuderias.
Felipe, já estão definidos os pilotos da ART na próxima temporada da GP2 e GP3? E existe alguma possibilidade de a equipe tomar o rumo da World Series by Renault (que sem tantos veteranos favorece a revelação de talentos)?
CurtirCurtir
Não houve nenhum anúncio de pilotos ainda. E acho que dificilmente vao correr na WS.
CurtirCurtir