O que falar sobre Robin Frijns? Aos 21 anos, o holandês já conquistou tudo o que podia nas categorias de base. Foi campeão da F-BMW Europeia, em 2010, conquistou a F-Renault na temporada passada e agora se sagrou campeão da World Series by Renault.
Se antes era um desconhecido, agora o neerlandês já é nome certo na lista de qualquer equipe. Afinal, Frijns literalmente correu contra tudo e contra todos nos últimos anos e ganhou. Ano passado eu até escrevi um texto sobre ele aqui no World of Motorsport – basta clicar aqui para relembrar – e relendo-o agora até fico espantado com a precocidade que o garoto atingiu.
Dito isso, agora só resta uma dúvida: o que falta para o holandês? Na verdade, o piloto já deu a resposta neste fim de semana. Antes mesmo de ir à pista para conquistar o título da World Series, Robin afirmou que está negociando com algumas equipes da F1 – especialmente a Sauber – para o próximo ano, mas como não tem dinheiro precisa que algum time resolva apostar no talento.
Para isso, a primeira chance de impressionar acontece no mês de novembro, em Abu Dhabi, quando participará do treino dos novatos. Lá na Marina de Yas, Frijns tem todas as chances do mundo de garantir um lugar cativo no coração das equipes. Em primeiro lugar, ele vai treinar pela própria Sauber, onde terá uma espécie de confronto direto com Esteban Gutiérrez.
Embora ainda não tenha havido anúncio oficial, o mexicano deve estar garantido na equipe suíça em 2013 justamente pelo patrocínio da Telmex. Assim, se Frijns conseguir um rendimento melhor – e um entrosamento bom com os integrantes do time – ele pode arrumar uma vaga para o próximo ano. Seja de reserva na escuderia suíça – que também deverá ter Nico Hülkenberg –, seja de titular em outro time.
Mas essa não é a maior chance de o piloto impressionar. Ele também vai testar o carro da Red Bull, já que a equipe austríaca oferece como prêmio ao campeão da World Series by Renault a participação no treino dos novatos. Como a Ferrari não estará na atividade por já ter andado em Magny-Cours, na pior das hipóteses, Frijns só terá como adversários os pilotos da McLaren.
É claro que essa previsão é um pouco otimista demais. Afinal, o garoto acabou de vencer a World Series e nada garante uma boa adaptação na F1. No entanto, estamos falando de um piloto que conquistou três títulos consecutivos em campeonatos de grande escalão, sendo duas vezes como novato. Ou seja, se acostumar com o equipamento não parece ser problema para ele.
De qualquer forma, independentemente do resultado que consiga em Abu Dhabi, dificilmente o holandês estará a pé em 2013. A hipótese mais provável é que ele tenha um bom rendimento nos treinos e arrume uma vaga de reserva – com participação às sextas-feiras – ou até mesmo de titular em um time menor da F1.
Com isso, não deverá ser tão difícil conseguir alguns patrocinadores holandeses, já que o último representante do país na F1 foi Christijan Albers e por lá há interesse no esporte a motor.
Mas se tudo isso der errado, alguém, em alguma categoria, provavelmente estará disposto a dar uma chance ao jovem holandês. Afinal, quem seria louco de abrir mão de um dos jovens pilotos mais badalados dos últimos tempos?
Cá para mim seria também muito bom um post intitulado com o seguinte título “Qual o limite para António Felix da Costa”. Segundo o que vi na World Series parecia que este piloto andava a fazer um campeonato sozinho à margem de todos os outros pilotos que lutavam entre si para o segundo lugar das corridas. Digo isto pois era matematicamente impossível Felix chegar a primeiro na Geral quando começou a correr na Worl Series. Acredito veemente que ele seria o vencedor indiscutível se fizesse toda a temporada e o segundo lugar seria decidido entre o Frijns e o Bianchi.
Mas obviamente é só a minha opinião e respeito a opinião de todos. Abraço 🙂
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Pedro, concordo com você, sem dúvida nenhuma o Félix da Costa foi o maior piloto da World Series em 2012.
Só que ele já tem a carreira mais ou menos definida. Vai testar pela Red Bull, trabalhar como reserva do time e provavelmente assumirá uma vaga da Toro Rosso em 2014 ou até mesmo antes.
Quanto ao fato de ele ter sido campeão se disputasse o campeonato todo, não se esqueça de que ele marcou apenas oito pontos na quatro primeiras corridas que disputou. Ou seja, se ele mantivesse esse desempenho nas etapas que não correu (lembrando que o carro da Red Bull chegou em último em todas elas) não teria sido campeão.
Mas é claro que o mais provável seria o título dele.
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Claro Felipe, mas penso que essa parca pontuação inicial, se deveu obviamente á adaptação. Na altura ele alternava entre GP3 e WS. Eram carros diferentes.
Mas este meu comentário segue uma linha de “ses” e obviamente com “ses” não sabemos a verdade só suposições. “Se” não tivesse havido império romano, “se” não houvesse a II Guerra Mundial , “se”…
Pessoalmente também concordo consigo, talvez fosse ele o campeão.
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Caro Filipe, costumo ler com muito agrado o seu blog, mas neste caso discordo profundamente da sua opinião, o que é normal acontecer. Mas como considero que consigo sustentar a minha divergência, permita-me contrapor:
Na comentário a que respondo, o Filipe acaba por emendar a mão, mas no post o Félix da Costa foi completamente ignorado como prova o seu parágrafo que passo a citar: “Como a Ferrari não estará na atividade por já ter andado em Magny-Cours, na pior das hipóteses, Frijns só terá como adversários os pilotos da McLaren.”
É que eu cá aposto no Félix da Costa como mais rápido dos dois, e embora nada seja decido por um teste, considero que o Félix será mesmo o mais rápido.
O português sempre foi condicionado pelos apoios financeiros, que normalmente não lhe possibilitaram a presença em equipas de topo, e por várias vezes ao longo da sua carreira oportunidades foram perdidas por erros das suas equipes, tanto de estratégia como técnicos. O holandês tem o nome da empresa do pai estampado no carro.
Considerando a crise económica que afeta particularmente Portugal e eventuais patrocinadores, este ano na GP3 estava a ser visto como o ano do tudo ou nada, isso antes do apoio da Red Bull, e as suas prestações iniciais revelavam a pressão a que estava sujeito, sendo regularmente muito rápido, mas cometendo alguns erros por clara precipitação, algo pouco habitual nele, e sendo novamente desclassificado por motivos técnicos, algo que já lhe tinha custado um campeonato de F. Renault 2000 em 2009. Se em Valência não tivesse tido que partir de último o campeonato de GP3 poderia ter tido um resultado diferente.
Mesmo assim, acabou em 3º no campeonato, depois de ter sido o primeiro piloto de sempre a ganhar as duas corridas no mesmo fim-de-semana, o que aconteceu na Hungria, e de, no último fim de semana, estar na liderança, com fortes possibilidades no campeonato se as posições se mantivessem, até ter problemas técnicos no seu monolugar e descer na classificação.
Sobre a sua época na WSR, a sua escrita revela novamente preconceito para com o piloto quando refere “ele marcou apenas oito pontos na quatro primeiras corridas que disputou”. O que sendo verdade, esconde que ele estava ao volante de um monolugar que não conhecia e que não testou na pré-epoca, contra rivais que para além desses testes já tinham disputado cinco corridas. E que, mesmo assim, pontou na sua estreia com um carro que ainda não o tinha feito. E que depois das quatro primeiras corridas, em que, como disse, só marcou oito pontos, ficou a seguir em 5º, e depois acumulou um 4º lugar, dois segundos e quatro primeiros, sendo o único a ganhar duas corridas no mesmo fim de semana, e dominando completamente o final de um campeonato em que candidatos ao titulo discutiam o mesmo andando atrás de si.
Não sei quais os planos que a Red Bull tem para si. O facto de o terem ido buscar a meio da época depois de despedirem a sua principal aposta mostra que a planificação a longo prazo não será o forte desse projeto. Mas gostaria de o ver ir mais longe. Para já, espero o primeiro lugar nos testes de estreantes.
Será que o Frijns conseguirá ser segundo? De uma coisa o Félix estará seguro, como rodará em dias diferentes do holandês, este não irá fazer como fez com o Jules Biachi e coloca-lo fora de prova para ser “campeão” dos testes.
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Mas o que ele fez na última corrida foi feio quando jogou o Bianchi para fora da pista , embora o francês jogou o campeonato fora quando rodou no sábado. Acho também que se o Felix da Costa tivesse disputado desde o começo o resultado poderia ser diferente pois ele dominou nestas 4 últimas etapas, e quanto ao holandes não ter dinheiro qual a relação dele com o seu patrocinador com o Frijns Industrial Group ?
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Filho do dono. Mas essa é uma pequena empresa, não alguém que pode garantí-lo na F1
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http://www.frijnsindustrialgroup.com/home-en.html
Para pagar integralmente a carreira do filho até ao momento, a empresa do pai não deve ser assim tão pequena.
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Ele corre na WS com uma bolsa por ter sido campeão da F-Renault em 2011
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Obrigado pela resposta.
A acreditar na Wikipedia, ( http://en.wikipedia.org/wiki/Eurocup_Formula_Renault_2.0 ), o campeão da F. Renault 2000 ganha 200,000 €.
Segundo este artigo da ESPN F1, ( http://en.espnf1.com/f1/motorsport/story/64894.html ), o preço de uma época na WSR é de 750 000 €, pelo que a bolsa da Renault foi só uma parte do investimento.
No outro comentário esqueci-me de dizer que o Félix da Costa ganhou 4 corridas em 12 e o Frijns 3 em 17. E que o Félix da Costa até é mais novo.
Desculpe a insistência. Mas espero que um dia destes escreva qualquer coisa positiva sobre o português.
Já agora, que poderá ele fazer para o ano? É que repetir a WSR vai sempre saber a pouco, e corre do risco de o desempenho ser inferior ao deste final de época, ofuscando o seu brilho. Mas subir para onde? A Red Bull não investe na GP2, e a Fórmula 1 não só será cedo como não terá lugar. Espero pelos testes de rookies com grande expectativa…
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O problema de escrever sobre o Antonio Félix da Costa é que é tudo muito previsível. Ele foi o maior piloto em 2012 nas categorias de base, agora vai começar a ser preparado pela Red Bull para assumir uma vaga na Toro Rosso em 2014 (ou até antes), enquanto disputa a World Series by Renault e até pode aparecer em algum treino livre de sexta-feira.
Acho que muitos blogs por aí já escreveram sobre isso, então não acho tão legal ficar repetindo. Quando tiver alguma novidade maior (como quando ele foi contratado) eu coloco aqui.
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Embora tenha tentado emendar a mão, nesta resposta, creio que a verdade é que o Filipe se esqueceu do Félix da Costa quando escreveu que “na pior das hipóteses, Frijns só terá como adversários os pilotos da McLaren”
Amanhã começam os três dias testes. Estou convicto que no final dos mesmos as suas palavras irão ser desmentidas pela lista de tempos.
Mas não me interprete mal, gosto de ler o seu blog, e ninguém acerta sempre, mas, indiscutivelmente, o Félix da Costa também é um nome a reter.
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Felipe e não Filipe. Desculpe o erro.
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Quando eu escrevi, tinha esquecido que o Frijns ia testar pela Sauber. Então achei que ele e o Félix da Costa não iam se enfrentar na pista.
Não tenho dúvidas de que o português terminará na frente sempre que treinar.
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Bianchi já fez isso na F3 Euro, Schumacher fez com Hakkinen em Macau e Piquet pai fez na Super Vê brasileira décadas atrás com seu adversário principal ao título, era o Guaraná Menezes ou o Julio Caio Azevedo Marques – simplesmente trombou com o adversário na reta final, que Piquet conseguiu cruzar aos trancos e o outro não.
não tem nada demais, se fosse atitude tremendamente injusta teriam desclassificado o holandês e deixado o título para o francês.
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E por mais um ano a grande destaque do automobilismo de base vem da World Series, e não da GP2.
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Em qual outro ano o destaque veio da WS ?
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Sebastien Vettel e Robert Kubica.
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Kubica ok , já tem tempo mas o Vettel não considero uma revelação da WS ,nem fez o campeonato inteiro bem como os outros pilotos Red Bull que utiliza a categoria para dar rodagem aos seus pilotos que se não tiverem desempenho muito ruim tem a subida para F1 garantida.
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Vettel foi tão destaque da WS que a Red Bull resolveu queimar etapas e subir ele antes do final do ano. Ele não precisou do título para ser destaque.
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Vettel, Vergne, Ricciardo, Buemi e Alguersuari. Antigamente esse destaque era efeito apenas dos laços da Red Bull com a categoria, mas esse ano foi diferente.
Sem querer julgar a carreira de cada piloto o processo de seleção e promoção da Res Bull, o fato é que a GP2 perdeu sua função primordial: Promover jovens promessas para a F1.
Fazendo um levantamento rápido aqui, o último jovem piloto a ser promovido pela GP2 foi o Hulkenberg. Fora ele, tivemos um veteraníssimo Pastor Maldonado ( 4 anos de Gp2 e 2 de WSR ) e pilotos sem lá muito sal como D´Ambrosio, Senna e Pic.
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O Pérez não conta como destaque da GP2?
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Caramba, é mesmo! Errei feio, Felipe, esquecer de um cara que vai pilotar para a McLaren no ano que vem é dose!
Tinha lembrado do Kobayashi também, mas ele nunca chegou a ser destaque na Gp2.
Que tal um post para comparar as duas categorias. Desde 2005 (estreia da Gp2) quem colocou mais pilotos na F1 (excluindo os pagantes, claro) e desses pilotos, quias foram mais longe?
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E se a Red Bull “utiliza a categoria para dar rodagem a seus pilotos” que sobem para a F1, não é justamente essa é a ideia, Henrique? Os jovens talentosos invariavelmente sobem pela WSR, os meios que isso são feitos são irrelevantes, pois isso é um fato!
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O que quero destacar é que esses pilotos foram p/ F1 não porque sobresairam na WSR e sim porque eram pilotos da RBR . Ate o ano passado os caminhos para a F1 eram a GP2 ou ser piloto patrocinado pela Red Bull , vamos ver se o Frijns tem melhor sorte.
Dos que disputam esse ano a F1 vieram da GP2 :
Hamilton
Hulkenberg
N. Rosberg
Kova
Koba
Glock
Grosjean
Maldonado
Senna
Pic
Petrov
Perez
WSR:
Vettel
Vergne
Ricciardo
Karthikeyan (correu em 2004)
DTM:
DiResta
Os outros já estavam na F1 antes da criação da GP2 em 2005.
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Obviamente faltou o Kubica na World Series. Ele não compete esse ano, mas é bom lembrar
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