Ryan Hunter-Reay colocou a Indy de volta no mapa dos EUA. Agora ele precisa do apoio da torcida americana

Quem nunca ouviu que o problema da Indy nos Estados Unidos é a falta de pilotos americanos na categoria? Se em um passado não muito distante tínhamos nomes como Mario e Michael Andretti, Jimmy Vasser, Bobby Rahal, Sam Hornish Jr, Al Unser e Al Unser Jr e Ricky Mears, agora as principais esperanças são jovens como Josef Newgarden, J.R. Hildebrand, Graham Rahal e Marco Andretti, que ainda não estouraram.

No entanto, chegou a hora de testar esse argumento. No dia 15 de setembro, a Indy realiza a última etapa da temporada 2012 no oval de Auto Club, localizado em Fontana, na Califórnia. Ao contrário dos últimos anos, agora um piloto nascido nos Estados Unidos tem, sim, chances de ser campeão. E mais do que isso. Ryan Hunter-Reay chega como favorito ao último oval.

A vitória neste domingo, em Baltimore, colocou RHR na segunda colocação na tabela da Indy, apenas 17 pontos atrás do líder, Will Power. Levando em conta o péssimo desempenho no australiano nos ovais, o público norte-americano pode criar expectativas, já que o piloto da Andretti tem uma ótima chance de se tornar o primeiro americano campeão do certame desde Sam Hornish Jr, em 2006, pela Penske.

Em termos práticos, Hunter-Reay é campeão se vencer a corrida e Will Power terminar fora do pódio e não liderar o maior número de voltas. No caso de o americano somar também os três pontos de bônus, Power pode ser até o terceiro que novamente acabará com o vice-campeonato.

Visto que não é nada impossível RHR ficar com a taça, a torcida americana também precisa fazer a sua parte. Se é verdade que o problema sempre foi a falta de um piloto do país na disputa pelo título, dessa vez não há desculpas, e os fãs precisam lotar as arquibancadas de Fontana.

E o calendário favorece totalmente a presença de público na Indy. A Nascar, por exemplo, vai estar na primeira semana do Chase. Só que a etapa da Sprint Cup será apenas no domingo. No sábado (15), junto com a Indy, quem corre é a Nationwide, em Chicagoland, e a Truck Series, em Iowa. É verdade que em algum momento caminhonetes e monopostos podem estar na pista ao mesmo tempo, mas estamos falando da decisão de um campeonato contra mais uma etapa de um certame preliminar.

Alguém mais atento pode até perguntar sobre o futebol americano. Afinal, estamos em setembro, e a nova temporada da NFL está para começar. Todo mundo quer ver como vai ser o desempenho de Andrew Luck, de Payton Manning, nos Broncos, e de Tim Tebow, nos Jets. Só que não há jogos marcados para o dia 15. Então a torcida está livre para ir até Fontana.

Apesar desses fatores positivos, acho que a etapa da Indy terá um bom público, mas nada fenomenal. É verdade que a falta de pilotos americanos realmente distanciou a categoria dos torcedores, mas esse foi só um dos problemas. Os fãs perderam interesse pelo campeonato também, por exemplo, a partir do momento em que o campeonato parou de correr em pistas tradicionais e históricas em troca de circuitos de rua – às vezes sem a menor condição de receber uma prova.

Outra coisa que também atrapalhou foram as polêmicas em que a categoria se envolveu nos últimos anos, principalmente em termos de punições questionáveis. E isso é ruim porque o torcedor começa a não entender mais o que está acontecendo.

Por fim, outro problema é a perda da identidade do campeonato. É verdade que o Road To Indy foi criado recentemente, mas nas últimas décadas praticamente não houve integração entre as categorias de base norte-americanas. Isto é, quando o torcedor liga a televisão para acompanhar uma prova ele se pergunta ‘quem são esses caras?’ e ‘de onde eles vieram?’.

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