
Ainda estamos na metade de agosto, mas já tem muita gente pensando em 2013. A Toyota Racing Series – conhecida por ser o primeiro campeonato a ser disputado no ano – é uma delas. O campeonato disputado lá na Nova Zelândia teve os dois primeiros nomes do grid da próxima temporada revelados: Felix Serralles, vice-líder da F3 Inglesa, e o brasileiro Pipo Derani, companheiro de equipe do porto-riquenho na Fortec.
Já escrevei algumas vezes sobre a TRS aqui no World of Motorsport, então basta clicar aqui para relembrar ou conhecer os detalhes sobre o campeonato.
O anúncio desses dois pilotos é bastante importante, já que a última temporada da Toyota Racing Series foi colocada em xeque, principalmente após as reclamações da Luca Baldisseri, responsável pela Academia da Ferrari dizendo que jamais a escuderia italiana voltaria a colocar os pés na Nova Zelândia.
É verdade que o italiano se exaltou, pois em quase em nenhum momento Raffaele Marciello mostrou um bom desempenho na última temporada, mas o certame também pecou em alguns pontos. Como a TRS cresceu, a categoria precisou rapidamente adaptar uma estrutura de um campeonato regional para receber alguns dos pilotos mais promissores do mundo. Nessa transição, os limites do torneio ficaram claros.
Segundo alguns pilotos, alguns circuitos lembram kartódromos gigantes e houve até mesmo decisões polêmicas da direção de prova, que supostamente teriam beneficiado os neozelandeses. Nada que mudasse o resultado final da classificação, mas que poderia atrapalhar os planos de expansão do campeonato.
Para evitar qualquer tipo de crise, os organizadores da TRS passaram os últimos meses se reunindo com pilotos que pudessem ter interesse em correr em 2013. Ainda é muito cedo para pensar na próxima temporada, mas os primeiros nomes já foram conhecidos.

Na minha opinião, mesmo com os problemas, a Toyota Racing Series é um campeonato bastante interessante para os jovens pilotos. Em primeiro lugar, serve como um gigante intercâmbio para os garotos, que passam quase dois meses na Nova Zelândia, então podem aprender a língua inglesa aplicada ao automobilismo, além de conviver com uma cultura diferente.
Em termos competitivos, a TRS também é vantajosa. Acho que ela serve para quebrar aquele deslumbramento que um piloto pode ter em início de carreira. Nos últimos anos, o torneio reuniu pilotos em desenvolvimento de Ferrari e Red Bull, então é a oportunidade dos garotos se acostumarem a dividir a pista com esse tipo de atleta e ver que eles têm as mesmas dificuldades e problemas de qualquer outro competidor.
Apesar disso, a grande vantagem do certame é quebrar a ansiedade dos pilotos. Levando em conta que a temporada europeia termina entre outubro e novembro e só começa no mês de abril do ano seguinte, os atletas ficam mais de seis meses sem competir. Aí eles têm a oportunidade de correr na TRS, com 15 corridas em cinco finais de semana consecutivos. Portanto, mesmo que o torneio neozelandês praticamente não tenha espaço na mídia, a hora que esses garotos retornam aos certames europeus eles encaram como só mais um campeonato.
Para encerrar, um último dado estatístico, se Pipo Derani não mudar de ideia, ele será o terceiro brasileiro a disputar o campeonato neozelandês, depois de Lucas Foresti e Bruno Bonifácio. A diferença é que Pipo já tem três anos de experiência na F3, enquanto Lucas e Bruno disputaram a TRS antes de mudarem para a Europa. Naturalmente, a pressão agora é por vitórias e títulos.
O importante não é o campeonato, mas estar na atividade e aprfendendo. E só assim essa gurizada do Brasil acumulará kilômetros na pista, evitando que no futuro passa pelo vexame que Bruno Senna o está agora. Pagando mico.
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Não acho que o Bruno Senna esteja “pagando mico”. O rapaz está em uma das mais difíceis e competitivas categorias do mundo. Não pode ser ruim. O caso, é que sempre a torcida espera demais, e acaba se decepcionando. Deveríamos a respeitar mais os pilotos que lá estão, e reconhecer que pilotos de outras nacionalidades podem ser bons também. Vide Alonso. O caso passa por vários problemas, desde a questão de um campeonato e apoio forte, algo que nossa incompetente CBA não promove, até mesmo por questões como compra de vagas em categorias maiores. O talento é sempre esquecido.
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