
Em 2012, as categorias de base do automobilismo mundial vão ter muito destaque. No entanto, não são todos os campeonatos que vão aproveitar esse momento de evidência, já que apenas a F-Renault deve ficar com todos os créditos.
A verdade é que a categoria fez por merecer. Para a nova temporada, a a F-Renault Europeia, por exemplo, garantiu um grid com cerca de 40 carros, reunindo os jovens pilotos de McLaren, Red Bull, Lotus e Caterham, além de promessas vindas do mundo todo. Em termos de comparação e de equilíbrio, talvez apenas a F1 tenha um grid tão competitivo respeitando, claro, a enorme diferença de experiência entre os competidores.
Para nós aqui no Brasil, há algumas boas razões para ficarmos de olho na F-Renault. Em 2012, uma legião de pilotos brasileiros vai participar do certame: Guilherme Silva, Victor Franzoni, Felipe Fraga, Gustavo Lima, João Câmara e talvez Gabriel Casagrande, que ainda está enrolado pelo cancelamento da F-Renault UK.
No entanto, a chance de algum deles conquistar o título em 2011 é muito baixa, justamente pela qualidade e pela experiência dos adversários. Como todos eles estão debutando em solo europeu, a tendência é que esse ano sirva como aprendizado para que lutem pela taça na próxima temporada.
A situação é a oposta da que acontece na F-Abarth. Com menos prestígio e envolvida naquela crise que do automobilismo italiano – assunto de um excelente (até parece) post de alguns meses atrás, que basta clicar aqui para relembrar –, a categoria apoiada pela Fiat vê os pilotos brasileiros em posição de destaque para a nova temporada.
Com a temporada 2012 às vésperas de começar – a rodada de abertura está marcada para o daí 31 de março –, os brasileiros foram protagonistas dos treinos coletivos até aqui. Não é absurdo, nesse momento, dizer que as maiores chances de título para pilotos do país em 2012 vêm justamente deste campeonato.
Até o momento – e acho que a situação não deve mudar – são dois brasileiros confirmados para 2012: Nicolas Costa (primeiro campeão da história da F-Futuro) e Bruno Bonifácio.
Mais experiente, Nicolas assinou com a equipe Euronova, de propriedade do ex-piloto de F1 Vicenzo Sospiri. É maldade dizer, mas talvez o carro da F-Abarth seja mais rápido que o Lola que o agora dirigente italiano pilotou no GP da Austrália da F1 em 1997, mas isso é outra história.
Mesmo com uma carreira breve na F1, Sospiri se tornou um dono de equipe bastante respeitado na Itália. A Euronova, por exemplo, é a atual campeã da categoria, tendo levado o russo Sergey Sirotkin ao título de 2011. O garoto, aliás, segue na equipe e vai disputar a F3 Italiana e a Auto GP neste ano.

Bonifácio, por sua vez, renovou contrato com a Prema e é um dos favoritos ao título. Ao longo da pré-temporada, o paulista foi sempre o segundo colocado. Ora ficando atrás do companheiro Luca Ghiotto, ora perdendo para algum carro da Jenzer, mas constantemente no topo. A efeito de comparação, Nicolas Costa participou apenas da última bateria de testes e ficou com a terceira colocação.
Com os dois brasileiros devidamente apresentados, é curioso notar uma semelhança bem grande entre eles: ambos assinaram com grandes equipes do certame e que estão presentes em categorias respeitadas do automobilismo mundial. Enquanto a Euronova também alinha carros na Auto GP e na F3 Italiana, como citado, a Prema é a atual campeã da F3 Euro Series e também participa da F3 Italiana. Ou seja, a possibilidade de um trabalho bem feito pelos garotos pode significar o próximo passo da carreira no continente europeu.
Dito isso, eu afirmo que o grande atrativo da F-Abarth, nesse momento de concorrência com a F-Renault, é a presença desses times. Salvo a Fortec (F3 Inglesa) e a Tech 1 (World Series by Renault), nenhum dos times do campeonato rival tem presença tão grande no automobilismo de base. Assim, os garotos já terminam a temporada com a preocupação de buscar um novo contrato com outro time caso considerem a hipótese de mudar de campeonato para seguir carrerira.
Na F-Abarth, essa angústia é menor. Além da Prema e da Euronova, a BVM Target (World Series e F3 Italiana), a Jenzer (GP3) e a JD (F3 Italiana) também estão em outros certames. Ou seja, um piloto que se destaque pode ficar tranquilo e pensar em um projeto a longo prazo. Não é por coincidência que os dois campeões de 2011, Patric Niederhauser e Sirotkin se mantiveram nas mesmas equipes para o novo ano. Com o russo já apresentado, resta falar que o suíço segue na Jenzer para correr na GP3.
Com essa avaliação feita, vale ressaltar que a F-Abarth não é menor que essas equipes. É claro que é muito importante esse atrativo para os pilotos, mas caso os times presentes no campeonato não tivessem ramificações pelo mundo das categorias de base, acredito que o certame continuaria existindo normalmente.
P.S.: clique aqui para ver os tempos do penúltimo dia de treinos da F-Abarth e aqui para ver o último dia
P.S.2: o terceiro brasileiro a competir na F-Abarth pode ser o catarinense Yukio Duzanowski, que testou pela JD durante a pré-temporada. Só não digo que o negócio está fechado porque ainda não houve anúncio oficial
Como foi o Nicolas em seu ano de estreia?
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Razoável. Não brigou por vitórias, mas esteve ali entre os sete oito primeiros
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