
Nos últimos anos, as equipes de F1 têm entrado cada vez mais na criação dos programas para jovens pilotos. Entre os times de ponta, a Red Bull é dona do junior team de maior sucesso, mas Ferrari, McLaren, Lotus (ex-Renault) e Mercedes também já criaram raízes no automobilismo de base na tentativa de revelarem um novo Sebastian Vettel para seus domínios.
Cada equipe tem um jeito diferente de atuar nas categorias de acesso, mas, certamente, o da Mercedes é o mais curioso.
O programa da montadora alemã, na realidade, é um dos mais antigos. Por conta da presença da empresa no DTM, nossos amigos germânicos trabalham já faz alguns anos nas categorias menores – leia-se F3 Euro Series – à procura de garotos talentosos. Nesse caminho, já revelaram gente como Paul Di Resta, Bruno Spengler e Jamie Green.
Quanto à F1, a Mercedes não tinha muito com o que se preocupar. Como a montadora tem um longo relacionamento com a McLaren, coube à equipe inglesa a tarefa de revelar novos pilotos durante muitos anos. Bom, na verdade, tirando Lewis Hamilton, a McLaren não precisou descobrir nenhum jovem talento. As outras equipes revelavam os garotos e eles entravam com um caminhão de dinheiro fechando a contratação. Kimi Raikkonen (Sauber) e Juan Pablo Montoya (Williams) são bons exemplos.
Desde que a Mercedes largou a McLaren para criar uma empreitada própria na F1, a situação mudou um pouco. Embora a equipe germânica conte com Michael Schumacher e com Nico Rosberg, eles já estão de olho no futuro, com uma longa lista de jovens que podem vir a ocupar um dos carros prateados.
A lista, claro, começa na Force India, que exerce a função de equipe satélite dos alemães. Não há muitas dúvidas que Di Resta e/ou Nico Hülkenberg acabarão promovidos caso algum dos atuais titulares deixe a equipe. O problema, no entanto, é a linha sucessória abaixo dos dois.
A Mercedes confirmou nesta última semana que Sam Bird vai continuar como piloto reserva da equipe. O inglês será o responsável por trabalhar no simulador ao longo dos finais de semanas de corrida, enquanto participará da World Series by Renault, onde lutará pelo título.
Embora a mudança de Bird da GP2 – onde seria um dos favoritos – para a World Series possa ser considerada uma surpresa, a permanência do inglês na equipe da F1 é normal, afinal, ele fazia muito bem a função de piloto reserva. Quer dizer, ele participou dos treinos dos novatos e está presente em todos os GPs caso precise substituir um dos titulares. Então, por que iriam trocá-lo?

O que chama a atenção é que novamente Bird vai competir em uma categoria da Renault. Nos últimos anos, a Mercedes colocou uma inexplicável medida que seus pilotos em desenvolvimento só podem disputar campeonatos usando motores da própria fabricante. Ou seja, eles só estão liberados para correr na F3 Euro Series.
É por esse motivo que Roberto Merhi, atual campeão da categoria, não conseguiu subir para a GP2 (que também é equipada com motores franceses) nem para a World Series by Renault. Como ele continua vinculado à montadora, foi obrigado a acatar a determinação e a tendência é que se transfira para o DTM.
O outro piloto da Mercedes na F3 é Daniel Juncadella. O espanhol conta com um patrocínio muito forte da Astana, que quer vê-lo na F1. De quebra, o garoto é sobrinho de Luis Pérez-Sala, o novo diretor da HRT, então provavelmente cedo ou tarde ele correrá por eles.
Juncadella sondou a GP2 na atual temporada, mas optou por permanecer na F3 por mais um ano. Assim, ele é favorito absoluto ao título e continua com os propulsores da Mercedes, sem entrar em rota de colisão com a montadora nem com os investidores.
No final da história, é possível chegar a duas conclusões. A medida da Mercedes é tão estranha que só se justifica pelo interesse da montadora em levar mão de obra qualificada para o DTM. Para todos os demais efeitos não dá certo. Tanto é que um piloto (Bird) vai correr em um campeonato da Renault, mas outro (Merhi) está proibido.
Claro que a Mercedes pode justificar dizendo que o inglês é apenas um funcionário e não faz parte do programa de jovens pilotos da equipe, por isso não tem a tal restrição. Então por que não colocam Merhi nessa função? Pelo menos manteriam um pouco mais a coerência do programa.
A outra conclusão é que se Juncadella quiser chegar à F1, ele vai. Ele pode ficar enrolando na F3/DTM até acabar o vínculo com a Mercedes e depois correr na GP2 e na HRT ou até mesmo em outra equipe, já que conta com patrocínio e com uma ajudinha da família. Até lá, o espanhol vai tentar dissuadir a montadora dessa imposição, para que ele continue na alça de mira deles enquanto passa pelos demais certames.
Caro Felipe Giacomelli, em primeiro lugar quero dar o meus parabéns pelo seu blog de que se fou fiel seguidor.
Gostei muito deste artigo, mas acho que há aqui um pequeno pormenor que não está a ser tido em consideração, e se calhar é a razão pelo qual o Sam Bird vai correr nas WSR. A Mercedes e a Renault têm em vigor um acordo comercial de parceria de desenvolvimento de novos automóveis, os Smart Fourfour e Mercedes Classe A com plataformas e motores renault (pelo menos o 1º terá as duas) e os novos Renault topo de gama com tecnologia Mercedes.
De referir também que esta parceria já não é nova pois a Renault tem um passado bem antigo com os alemães desde os tempos da 2º Guerra Mundial.
De qualquer forma é a minha interpretação.
Um abraço e continua com o excelente trabalho.
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Kimi nunca pagou para correr.
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Ah deus, lá vamos nós…
Victor, olha, eu acho que você cometeu um erro na sua leitura e interpretou errado o que está no texto. O que eu coloquei é que a McLaren sempre ignorou o desenvolvimento de jovens pilotos porque eles podiam contratar quem quisesse. O Kimi é só um exemplo.
E ele já pagou para correr, sim. Tanto no WRC quanto na Nascar no ano passado. Creio que na F-Renault também, mas não tenho certeza quanto a essa última
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Kimi Raikkonen foi o pay driver mais caro da história assim que chegou à F1, com 5 milhões pela Sauber, via patrocinios e empresarios.
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E falando em DTM, fica a sugestão para trazer outros detalhes dos novos carros desse ano:
Motores: 1.6 V6 na F1 em 2014. E na DTM como será?
Câmbio, Audi e Mercedes usavam diferentes, como será esse ano com a BMW?
Martin Tomczyk que tinha no carro o patrocinio Schaeffler, vai junto com ele para a BMW ou fica na Audi?
A pista de rua de Norisring parece “inofenciva” mas as ultimas voltas de 2002 e 2009 ficaram na história, como será lá esse ano? o acerto do carro lá deve ser suado.
Uma coisa é certa, Volker Strycek foi o primeiro campeão em 1984 sem ganhar nenhuma corrida. Timo Scheider em 2008 e 2009 foi campeão e até 2007 não tinha subido ao pódio, é ou não é de se arrepiar com uma categoria incrívelcomo essa? um abração Felipe.
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Caso ocarra a saida de um dos pilotos hoje da mercedes , não acreidto que nenhum da dupla da force indian , iria ocupar o cargo , se a intenção da equipe e deslanchar logo teria que contratar um piloto de peso , um cara pra chegar e chamar a responsabilidade como no futebol , com ul simples leigo e na visão de um fã acho que hoje diante do contexto o unicos pilotos do grid que encarariam a situação seria Button e Hamilton e meio locura né kkk , mas na minha opnião seriam eles . Já em relação ao futuro opções não faltam né .
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