Beitske Visser
Beitske Visser assinou com a equipe apoiada pela Lotus na estreia no automobilismo

Todo ano, há uma expectativa muito grande para saber onde as principais revelações do kart vão correr assim que fizerem a transição para os monopostos. Com a fortíssima geração 2012 não foi diferente. Todo mundo queria ver onde Nyck de Vries, Alex Albon e Beitske Visser dariam os primeiros passos da carreira.

De Vries, da McLaren, fechou com a R-Ace (ART Grand Prix) para a disputa da F-Renault  Europeia. Albon, da Red Bull, vai participar do mesmo campeonato, mas pela Epic. Faltava Beitske, que até então não tinha nenhuma relação com as equipes da F1, definir o futuro.

Na quinta-feira, dia 16, veio o anúncio oficial e Beitske Visser vai competir na ADAC Masters – o campeonato de acesso da F3 Alemã – pela Motorpark Academy, equipe que fechou uma parceria com o programa de jovens pilotos da Lotus e correrá com as cores preto e dourado.

O que faz de Beitstke um piloto tão especial em relação aos outros a ponto de ganhar um post aqui no World of Motorsport? É que não é ‘um’ piloto, mas ‘uma’ piloto. Sim! Aos 16 anos, Visser é mais uma menina que tenta chegar à F1. E desde já, a holandesa parece ter se dado bem ao arrumar uma vaga em uma equipe da Lotus.

Beitske Visser
Beitske tem contrato com a Intrepid, uma das maiores fabricantes de kart do mundo, que a apoia mesmo nos monopostos

Quando a Motorpark anunciou a contratação de Beitske, eu já tinha ouvido falar nela, mas não sabia que se tratava de uma mulher. Olhei a foto e pensei “ou é um menino bastante afeminado, ou uma menina que ainda não se desenvolveu”. O que é completamente aceitável, afinal, ela só tem 16 anos e vestindo um macacão fica terrível para saber do que se trata. Outro problema é que ela é parecida com aquele modelo sérvio ardrógino, então é de bom grado tomar cuidado antes de falar qualquer coisa.

Por que estou contando isso? Além de deixar o post um pouco mais divertido, serve para destacar o principal diferencial de Beitske. Mesmo em se tratando de uma menina, ela sempre competiu de igual para igual com os garotos. Se ela chegou ao posto de jovem promessa do automobilismo, não é porque dirige bem em comparação a todas as mulheres no esporte, mas, sim, porque se destacou competindo contra qualquer piloto, independente do sexo.

É claro que ainda é muito cedo para falar qualquer coisa em termos de F1, mas por se tratar de uma menina bastante talentosa e que já está aos cuidados da Lotus, Beitske já pode ser considerada como uma das favoritas para encerrar o jejum de mulheres na categoria principal.

Ah sim, ela estreou no automobilismo no ano passado, quando recebeu um convite de uma das piores equipes do campeonato holandês de GT para disputar uma das rodadas duplas da categoria. Levando em conta que o segundo piloto mais jovem na pista tinha dez ano a mais, ela venceu uma das provas com direito a estabelecer a volta mais rápida.

Vale lembrar que a Lotus fez um teste, no ano passado, com Maria De Villota, e a espanhola chegou a ser especulada na equipe durante algum tempo. O time, no entanto, acabou escolhendo Kimi Raikkonen e Romain Grosjean.

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