
Há algo muito estranho acontecendo no automobilismo dos Estados Unidos. A Indy, por exemplo, vive um sucesso relativo. Em 2012, o grid de largada deve ter cerca de 30 carros em todas as corridas, mas a categoria ainda depende de pilotos pagantes de qualidade questionável para completar o grid.
E os problemas não são apenas alguns pilotos. Etapas históricas como a do Texas e a de New Hampshire se tornaram um fracasso de público. No lugar, a Indy passou a correr em lugares chatíssimos como Barber, além de uma infinidade de circuitos de rua – afinal as cidades pagam – onde geralmente ninguém ultrapassa ninguém. O resultado é ter os mesmos dois ou três pilotos vencendo ao longo de toda a temporada.
Apesar disso, os campeonatos de monopostos vivem um bom momento. A USF2000 atrai cada vez mais pilotos, enquanto a Indy Lights tem um grid crescendo a cada ano, ainda que de forma bastante discreta.
Esse momento reflete em 2012, com o surpreendente retorno da F-Atlantic, categoria que servia como intermediária entre a Star Mazda e a Indy Lights e que revelou gente como JR Hildebrand, James Hinchcliffe, Rapha Matos, Robert Wickens, Hoover Orsi, Graham Rahal, Simon Pagenaud e Simona De Silvestro só para citar nomes mais recentes.

A F-Atlantic havia encerrado as atividades antes da temporada 2010 começar – até escrevi alguma coisa sobre um tempo depois e você pode lembrar clicando aqui –, mas a categoria já andava cambaleante desde o fim da ChampCar, no ano anterior. Como a Atlantic servia como um campeonato de acesso, a saída da matriz fez com que o certame morresse em apenas um ano.
Em 2009, quando já não havia mais ChampCar, a F-Atlantic passou a ser chancelada pela IMSA. A aventura durou uma temporada, e o campeonato fechou mesmo com equipes e pilotos confirmados para o ano seguinte.
Agora é a vez de a SCCA anunciar que será a nova organizadora da F-Atlantic. A SCCA é a mesma entidade que organiza a F2000 Championship, por exemplo, onde Victor Carbone foi campeão dois anos atrás.
A Atlantic, portanto, deverá funcionar como o próximo após para os garotos que saem da F2000 e deve ter como objetivo permitir que os pilotos possam se preparar melhor antes de pular para Star Mazda ou mesmo para a Indy Lights. Lembrando que Victor Carbone fez direto o salto F2000 -> Lights e chegou a ser criticado antes de apresentar bons resultados na categoria maior.
A temporada 2012 da F-Atlantic será disputada em caráter experimental e terá seis corridas ao longo de três rodadas duplas. O campeonato começa em maio, em Road Atlanta, corre em New Jersey e encerra as atividades, em agosto, em Summit Point, no estado americano da West Virginia.
Até o momento, oito equipes já afirmaram ter interesse em participar do campeonato, mas ainda não há nenhuma confirmação. A maioria dos times vem dos campeonatos menores da SCCA, mas duas equipes – a Polestar e a Swan – faziam parte do grid antigo da categoria, ainda na época da IMSA. No entanto, elas passavam longe do que poderiam ser chamadas de competitivas.
Mesmo com o retorno da F-Atlantic, esses campeonatos da SCCA vão continuar sem revelar garotos para a Indy. O foco geralmente é preparar pilotos para a Grand-Am e para a ALMS, então novos Victor Carbone continuarão sendo exceção.
Para quem quer seguir carreira rumo à Indy, as categorias do Road to Indy (USF2000, Star Mazda e Indy Lights) são um caminho bem melhor. A F-Atlantic, assim, só poderia competir com elas em duas situações: sendo extremamente mais barata ou não tendo conflito de datas, o que permitira a alguns garotos ganharem mais seat-time ao participarem de dois certames ao mesmo tempo.
P.S.: para acessar o site oficial da ‘nova’ F-Atlantic basta clicar aqui
P.S.2: o Carlos Giacomello, nos comentários, informou que Sabrina Kuronuma, de apenas 17 anos, vinda da F-Gaúcha 1.6 vai ser a representante brasileira na F-Atlantic. A menina quer chegar na Indy em alguns muitos anos. Deveras interessante
Sabrina tem site oficial também.
http://www.sabrinakuronuma.com
Surpreendeu na F-1.6 e também foi destaque nas 12 Horas de Tarumã.
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Futuro garantido !!!
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corrigindo nome !
Edison Lopes – ERT – Elffracing Team Brasil
e-mail – edilopes@elffracing.com
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Sabe o mais incrível disso? A taxa de registro na categoria é de USD 950, e a taxa para cada etapa (com duas corridas) é de USD 1.250. Alguém consegue comparar esses custos com os da F-Futuro, ou da extinta F-Renault?
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Não sei se tinha esse tipo de custo na F-Futuro. Acho que o pacote era R$ 200 mil para fazer a temporada toda. Mas com tudo incluído.
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Eduardo Lima: Gostaria de saber qual a fonte em qual vc ficou sabendo sobre estes valores, porque na verdade a F. Atlantic (USA) estão com os custos menores que muitas categorias inferiores aqui no Brasil ou na Europa ! Acredito que a fonte
não esteja com os valores corretos !!!
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Sabrina Kuronuma, de Curitiba, que foi piloto da F1.6 gaúcha em 2011 já assinou contrato com uma equipe da F-Atlantic para 2012.
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Carlos, muito obrigado pela informação! Vou acrescentar no post e lhe dar os créditos. Você sabe a idade dela e qual equipe que é?
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Ela tem 16 anos e a equipe dela é a ELFF Racing. Tem gente do Brasil envolvida no projeto.
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