
O último post de 2011 no World of Motorsport não é bem uma retrospectiva. É mais uma daquelas listas que elege os melhores da temporada. Para isso, peguei os mesmos quesitos do site Driver Database e comento aqui os meus vencedores, não só me limitando aos pilotos selecionados por eles. Além disso, em todas as categorias também entra um prêmio – digamos assim – para o melhor brasileiro. Vamos aos eleitos!

Revelação do ano: Richie Stanaway. Ao contrário do último ano, 2011 foi marcado pelo surgimento de uma série de jovens pilotos nas mais diversas categorias. Gente como JR Hildebrand, Maverick Viñales, Mitch Evans e Pietro Fantin apareceram muito bem onde competiram e logo ganharam destaque nos seus campeonatos.
Apesar disso, nenhum desses levantou uma taça ao longo do ano, Stanaway, sim. O neozelandês de 20 anos trocou o país da Oceania pela Alemanha em 2009 – uma mudança deveras incomum para falar a verdade – e desde então não parou mais de vencer. Título da ADAC Masters em 2010 e da F3 Alemã neste ano.
Na F3, venceu 13 corridas e terminou o campeonato com uma vantagem de 55 pontos para Marco Sorensen, o vice-campeão. Você pensa que parou por aí? Que nada. Richie estreou na GP3 pela Lotus ART para substituir o brasileiro Pedro Nunes, nas duas últimas rodadas de 2011, e logo no debute – em Spa-Francorchamps – venceu a corrida curta. Fora isso, dominou o treino dos campeões da World Series by Renault e só não teve um ano inteiramente positivo porque se envolveu no acidente da largada em Macau.
Richie Stanaway assumiu o posto de jovem piloto neozelandês mais badalado, superando Mitch Evans, protegido de Mark Webber. Existe a possibilidade de o piloto competir na World Series by Renault em 2012 ao lado de Felipe Nasr e Valtteri Bottas. Se isso acontecer, vai ser um ano sensacional.
No Brasil: Guilherme Silva. Campeão da F-Futuro e terceiro colocado da F3 Sudamericana, mesmo tendo competindo em apenas pouco mais da metade das corridas, o mineiro foi extremamente regular em ambos os campeonatos e se tornou um dos poucos pilotos de qualidade revelados correndo apenas no Brasil no início da carreira.

Melhor piloto de categorias de turismo: Martin Tomczyk. Ok, mais uma decisão difícil. Cacá Bueno venceu a Stock Car e Trofeo Linea com um pé nas costas, Tony Stewart foi tricampeão da Nascar ao ganhar 50% das corridas do Chase e Sébastien Loeb obteve um inédito octacampeonato no WRC. Todos tiveram bons motivos para comemorar, mas o grande nome do ano foi Tomczyk.
Mesmo rebaixado da equipe oficial da Audi no DTM, o alemão subiu ao pódio em oito das dez etapas do ano – e venceu quatro delas – para conquistar o primeiro título na categoria. Para isso, o germânico deixou para trás nomes como Bruno Spengler, Timo Scheider e Mattias Ekström. Agora Tomczyk trocou a Audi pela BMW no DTM em 2012.
No Brasil: Cacá Bueno. Thiago Camilo foi campeão do Brasileiro de Marcas e começou a Stock Car muito forte, mas na hora que valia o título, Cacá foi melhor. O piloto da Red Bull foi pole-position em todas as corridas dos playoffs, venceu uma e garantiu a taça com certa facilidade. De quebra, ainda conquistou o Trofeo Linea por antecipação. Valdeno Brito merece uma menção horrorosa honrosa por ter vencido 12 vezes entre GT Brasil (onde foi campeão), Brasileiro de Marcas e Stock Car.

Melhor kartista: Nyck de Vries. Não acompanho o kartismo, por isso vou levar em contas os títulos. Campeão mundial na categoria KF1, De Vries fica com o prêmio. Agora a expectativa é ver como o piloto da McLaren fará a transição para os monopostos.
No Brasil: Thiago Vivacqua foi o principal nome. Quero dizer, entre os brasileiros, já que as principais conquistas do carioca aconteceram na Europa, como a vitória na Ciao Thomas, em Kerpen, quando venceu Dennis Olsen, entre outros. Tanto é que o garoto foi contratado pra substituir De Vries entre os pilotos da Chiesa Corse.

Surpresa do ano: Dan Wheldon. Quem vê o resultado da F1 e da Indy – com Sebastian Vettel, Dario Franchitti e Will Power na frente – pode achar que 2011 seguiu à risca de premiar os favoritos. Isso é um engano. Martin Tomczyk, Tony Stewart, Sebastian Ogier, Nasser Al-Attiyah e Stefan Bradl são alguns exemplo de quem nem sempre o nome óbvio venceu – ainda que Ogier tenha ficado com o vice no WRC.
Apesar disso, não tem como negar que Dan Wheldon foi o dono do resultado mais inesperado do ano. Antes da última curva da Indy 500, o inglês já era considerado um piloto decadente, que dava sinais claros de fim de carreira: teve filhos e foi dispensado da equipe (Panther) onde era ídolo. Assim mesmo, Wheldon pilotou como nunca em Indianápolis e parecia que ia terminar em segundo como sempre.
Aí JR Hildebrand acertou o muro e o inglês estava no lugar certo e na hora certa para garantir o bicampeonato na tradicional prova, de forma surpreendente.
Acho que Wheldon tinha um pouco de Felipe Massa até 2010. Estava em baixa e parecia correr apenas por comodismo. Ia bater o ponto na Panther e voltava para casa para brincar com os filhos. O piloto precisou ser demitido da equipe para dar aquela chacoalhada e conseguir voltar motivado na 500. Motivação, essa, que ele tinha em Las Vegas, onde poderia ganhar US$ 5 milhões, caso vencesse a corrida largando em último. O resto da história todo mundo conhece. E Wheldon protagonizou um dos momentos mais tristes do automobilismo em 2011.
No Brasil: Fábio Gamberini. O título da F3 Espanhola na categoria Copa e tendo brigado pelo histórico título na divisão principal deixou o paulista no radar das grandes equipes das categorias de base, depois de passar longe até então. Lucas Foresti, por ter começado forte a temporada da F3 Inglesa, e Luir Miranda também merecem menções horrorosas honrosas.

Piloto de monopostos do ano: Sebastian Vettel. Essa foi fácil. Recorde de bicampeão mais jovem da história da F1, maior número de pole-position em um ano, título conquistado com quatro rodadas de antecipação e total domínio do campeonato, terminando com 11 vitórias. Alguém discorda que o alemão da Red Bull foi o melhor do ano em 2011?
No Brasil: Felipe Nasr. Outro eleito já esperado. Com o título da F3 Inglesa conquistado com duas rodadas de antecedência, tendo sido dominante ao longo do ano e terminando a etapa de Macau com a segunda posição, o brasiliense foi o principal piloto dos países nos monopostos. Tony Kanaan também merece ser lembrado. Já na F1…

Novato do ano: Richie Stanaway e Marc Márquez. Aqui fica um empate. Stanaway nem parecia que debutava na F3 com o título da F3 Alemã, enquanto Márquez fez o primeiro ano na Moto2.
Na realidade, o início do catalão foi bastante complicado. Com erros nas primeiras três corridas, Márquez só foi pontuar na quarta etapa, na França. Você pode imaginar que o espanhol terminou a corrida na rabeira do top-10, ainda se acostumando a motos mais potentes certo? Que nada! O garoto ganhou em Le Mans antes de obter mais sete vitórias ao longo do ano e terminando todas menos uma etapa no pódio.
Márquez se aproximou de Stefan Bradl na tabela de pontos, mas um acidente bobo com Ratthapark Wilairot nas etapas finais deixou-o de fora das últimas duas corridas. Pior. Até hoje o garoto vê dobrado por conta da batida e, ainda que a recuperação seja uma certeza, esse problema de saúde recorrente ao longo da carreira pode fazer com que o sucessor de Jorge Lorenzo e Casey Stoner não tenha tempo para chegar ao estrelato da MotoGP.
No Brasil: Pietro Fittipaldi. O neto de Emerson conquistou o primeiro título de um brasileiro na Nascar, ao correr na Limited Late Models em Hickory. Clicando aqui, eu explico qual exatamente é essa categoria em que ele correu e, aqui, as expectativas para 2012. Luir Miranda, Guilherme Silva e Victor Franzoni, além de Pietro Fantin, mostraram que o Brasil tem uma geração muito forte sendo formada nos monopostos.

Piloto do ano: Sebastian Vettel, como já era esperado.
No Brasil: Felipe Nasr.
Recapitulando:
Revelação: Richie Stanaway / Guilherme Silva
Piloto de turismo: Martin Tomczyk / Cacá Bueno
Kartista: Nyck de Vries / Thiago Vivacqua
Surpresa: Dan Wheldon / Fábio Gamberini
Piloto de monopostos: Sebastian Vettel / Felipe Nasr
Novato: Richie Stanaway e Marc Márquez / Pietro Fittipaldi
Piloto do ano: Sebastian Vettel / Felipe Nasr
Concorda com a lista? E a sua, como seria?
mt boa a analise!!!
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cONCORDO!!
Em especial, citar os brasileiros, principalmente Thiago Vivacqua, que sem dúvidas teve uma boa temporada e resultados significantes em 2011. Parabéns a todos!!
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Piloto do Ano é sem dúvida, Dan Wheldon e Tony Kanaan, o primeiro pela vitoria espetacular na Indy 500, e o segundo por ter ido ao fundo do poço, não ter carro até fevereiro, e ser o quinto colocado em um campeonato atrás apenas de Duas Ganassi, Uma Penske e Uma Newman Haas, com seu KV what? isso mesmo KV Racing
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