Fabio Gamberini
Mais importante que o título de Fabio Gamberini na divisão Copa foi ter competido de igual para igual com os carros da divisão principal

Depois de Felipe Nasr e Pietro Fittipaldi, Fabio Gamberini foi o responsável por conquistar o terceiro título internacional do Brasil em 2011. O paulista foi campeão da divisão Copa – espécie de National Class – da F3 Espanhola no último domingo, ao terminar a primeira corrida da rodada de Barcelona na 13ª colocação, sendo o terceiro melhor classificado na divisão.

Apesar disso, Gamberini não conseguiu entrar para a história da F3. O paulista, que disputou a F3 Espanhola em 2011 terminou o ano apenas na terceira colocação na classificação geral, somando 79 pontos, contra 120 do campeão Alex Fontana. Caso tivesse sido campeão, o brasileiro teria sido o primeiro piloto na história da F3 a conquistar o título da divisão principal correndo com um carro defasado.

Ainda assim, o resultado do brasileiro foi muito bom. Mesmo com um equipamento inferior – Fabio pilotava um Dallara F306 ante aos F308 dos adversários –, o piloto competiu de igual para igual com os carros da divisão maior e conseguiu três pódios ao longo do ano, incluindo uma vitória em Spa-Francorchamps.

Vale destacar, também, que apesar dos três garotos terem 19 anos, o brasileiro era quem tinha menos experiência. Fumanelli já estava no terceiro ano na categoria, Fontana era um estreante embora tivesse corrido na F3 Italiana em 2010, enquanto Gamberini acabara de fazer a transição da F-Renault UK.

Dito isso, vale ressaltar alguns pontos. O primeiro deles é que a F3 Espanhola não é uma categoria do primeiro escalão, por isso mesmo é possível questionar a qualidade de muitos dos pilotos. Ainda assim, volta e meia aparece um piloto revelado pelo certame em alguns dos principais campeonatos europeus, como a GP2 ou a World Series by Renault.

Um bom exemplo para Gamberini pode ser o francês Nelson Panciatici. O piloto disputou a F3 Espanhola em 2008 – após dois anos de F-Renault – e terminou como vice-campeão também com um carro desatualizado em relação aos adversários. Ao contrário do brasileiro, Panciatici não venceu nenhuma corrida – embora tenha subido seis vezes ao pódio – nem venceu a divisão Copa. A pontuação, na época, também era diferente.

Depois de deixar a F3 após competir apenas em 2008, o francês já passou por GP2, F-Superleague  e este ano competiu na World Series by Renault, onde conquistou certo destaque ao fazer algumas boas corridas e finalizar a temporada na nona colocação.

A exemplo da F3 Espanhola, Panciatici também não é um piloto top das categorias de base, mas ele provou que o torneio ibérico é, sim, uma opção viável para os pilotos de um segundo ou terceiro escalão do automobilismo.

Voltando ao Fabio Gamberini, resta agora saber o que o garoto vai fazer em 2012. Se ele vai continuar na categoria e tentar também o título da divisão principal, como seria de praxe, ou se vai aproveitar a conquista para tentar voos mais altos.

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