
Os últimos sete anos do WRC foram dominados por Sébastien Loeb. O francês, pilotando um carro da Citroën, venceu sete títulos, 65 etapas e se tornou um dos maiores nomes da história do esporte.
Apesar disso, em 2011, Loeb não teve o passeio costumeiro. Antes do Rali da Espanha, a última etapa realizada até o momento, o francês estava em desvantagem na tabela de pontos devido a um abandono na rodada da França, e via a Citroën considerar fazer jogo de equipe entre ele o companheiro, Sébastien Ogier, para garantir o título contra a Ford.
Mesmo com esse momento conturbado, Loeb venceu na Espanha e abriu oito pontos de vantagem para Mikko Hirvonen, da Ford, faltando apenas uma etapa para o fim de 2011. O inédito octacampeonato ficou mais perto do francês, mas o desgaste também mostrou estar presente.
A exemplo de Michael Schumacher e Valentino Rossi, que também dominaram a década passada em suas respectivas categorias, Loeb sabe que em alguma hora não vai mais conseguir acompanhar o ritmo de pilotos mais jovens. Para não ter que fazer figuração eterna no rali, o francês anunciou a criação da Sébastien Loeb Racing (SLR), a equipe de automobilismo dirigida por ele mesmo.
A partir de 2012, o piloto vai inscrever, ao lado do amigo Dominique Heintz, dois carros no campeonato francês de Porsche Cup e outro na Le Mans Series, na divisão LMPC.

Ok, dito isso, certamente um leitor mais empolgado pode pensar. “Pô, o Loeb monta uma equipe e vai correr nessas categorias tão pequenas?” Aí entra a parte interessante da coisa. Não é o francês quem vai correr em 2012, ele apenas será o dono da equipe. Os pilotos ainda vão ser anunciados. Loeb, por sua vez, tem contrato com a Citroën no WRC até o final de 2013 e não deve mudar de categoria até lá.
A ideia do por enquanto heptacampeão é que o time se desenvolva até 2014 para que ele possa fazer a transição de forma mais tranquila. Enquanto ele ainda compete no WRC, o objetivo é que a equipe da Porsche francesa pule para a Porsche Supercup, aquele campeonato que acompanha a F1 nas etapas europeias e de Abu Dhabi, e a da LMS, por sua vez, deixe a LMPC – onde os protótipos são comprados da Oreca – para competir na LMP2, que vai se tornar a principal divisão do campeonato a partir de 2012.
Assim, quando Loeb deixar o rali e fizer a transição para os circuitos, ele terá duas boas categorias para escolher onde pilotar. O francês poderá optar por acompanhar a estrutura da F1 em uma categoria que está cada vez mais valorizada e atraindo jovens que fizeram carreira no turismo – a Porsche Supercup – ou seguir o desejo próprio de participar de provas de Endurance. Lembrando que Seb já disputou as 24 Horas de Le Mans em 2005 e 2006.
Independente da escolha, é bom ver que alguns ídolos do esporte planejam se manter envolvidos com o automobilismo após abandonarem a carreira.
Loeb, aliás, não é o primeiro piloto de rali a fazer a transição para o endurance. Durante muitos anos, Luc Alphand – uma espécie de Nasser Al-Attiyah dos Alpes – inscreveu uma equipe na LMGT1 com dois Corvette. O suíço vencedor do Dacar não pilotava, mas colocava dois Corvettes na pista. Desde o estouro da última crise financeira ele deu um tempo com a equipe.
Felipe, o Luc Alphand pilotava um dos Porsches, sim. Ele só parou por causa de um acidente sofrido em uma competição off road de motos no meio de 2009. Aqui temos uma foto das 24 Horas de Le Mans com ele entre os pilotos: http://www.motorsport.com/all/photo/main-gallery/72-luc-alphand-aventures-corvette-c6-r-luc-alphand-patrice-goueslard-stephan-gr-goire-73-4/?q=Luc+Alphand&s=2&id=849745&i=158
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Porsches, não. Corvettes!
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Acho interessante este negócio de pensar ‘no futuro’… continuar competitivo e com equipe própria então… podendo basear-se inclusive em parceiros, fornecedores e fabricantes atuais… acho a europa muito atraente neste aspecto!
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