
A F3 Sudamericana realizou neste final de semana de Dias dos Pais a quarta etapa da temporada 2011 da categoria, em Caruaru. A exemplo do que aconteceu até agora, o grid foi deveras enxuto com apenas oito carros tomando parte do primeiro treino e somente seis correndo na disputa final.
Dessa vez, porém, não vou criticar a categoria, pois os motivos seriam óbvios. Vou fazer o contrário, propor uma solução para essa chatice de temporada 2011.
O problema do campeonato tem sido o esvaziamento da divisão principal, que a direção tenta compensar ao convidar alguns pilotos para correrem em etapas específicas, como aconteceu com o Beto Monteiro em Pernambuco ou com Denis Navarro e Galid Osman anteriormente.
Para tentar manter um número de pilotos decente no grid, sem acabar com a competitividade da categoria e mantendo espaço para esse tipo de convite, a proposta é acabar com a divisão entre principal e Light, fazendo a separação baseada na idade dos pilotos.
A inspiração para isso vem da Star Mazda, porta de entrada para a Indy Lights, onde a divisão das categorias do próprio certame é feita pela idade dos pilotos. Nesse campeonato americano, os garotos com menos de 30 anos participam do torneio principal, enquanto aqueles que têm entre 30 e 44 competem na divisão Expert. Até o ano passado havia uma Masters para os maiores de 45, mas essa deixou de existir.
Transpondo isso para a F3 Sudamericana, os garotos competiriam na divisão principal, enquanto todos os convidados tomariam parte da Masters, além daqueles que se inscrevessem para esse campeonato. O objetivo dessa modificação é aumentar a competitividade da divisão principal, ao adicionar mais carros, enquanto a ‘Masters’ teria uma série de pilotos veteranos que seriam motivados a disputar entre eles não só para dar show e lotar o grid, mas também valendo a taça no final do ano. Fora isso, misturar jovens que estão aprendendo a correr com veteranos é sempre interessante.
Para usar a temporada 2011 como exemplo, fiz uma simulação mantendo os pilotos que competem na principal e adicionando a eles os que tem menos de 20 anos e andaram na Light, portanto Bruno Bonifácio, Augusto Scalbi, Hernán Bueno e Vinícius Alvarenga foram promovidos. O restante ficou na Masters.
Uma observação é em relação ao piloto Dorivaldo Gondra Jr. Ele correu no Rio de Janeiro na Light e mudou para a divisão principal em Caruaru. Por isso, ele será contabilizado como ‘Masters’ na primeira etapa, mas piloto regular na segunda. Lembrando que ele tem menos de 30 anos.
Assim, aproveitando os resultados da atual temporada, mas contabilizando a pontuação dos garotosde uma forma geral, Fabiano Machado seria líder com 228 pontos (contra 232 no real), seguido por Bruno Bonifácio, com 156. Fernando Kid (122), Ronaldo Freitas (120) e Guilherme Silva (115) também estariam na briga pela segunda colocação. Leonardo De Souza (95) apareceria um pouco mais atrás, seguido por João Leme (69), Augusto Scalbi (48) e Hernán Bueno (26).
Na divisão Masters, por sua vez, Stuart Turvey seria o líder, com 50 pontos, seguido por Suzane Carvalho, com 43. Depois, Beto Monteiro, Carlos Teixeira e Daniel Politzer empatados com 25, Felipe Polehtto com 15 e Dorivaldo Gondra Jr sem marcar pontos.
Mesmo com essa sugestão, obviamente não vejo a F3 mudando a regra para se adequar à ela no futuro. Da mesma forma, vendo as simulações não houve grandes mudanças competitivas, ou no resultado do campeonato. De qualquer forma, fica aí a dica que poderia ajudar a categoria a matar dois coelhos…
P.S.: após o post, me falaram que a sugestão seria interessante também, pois livraria a Light da concorrência com a F-Futuro. Como as duas custam mais ou menos o mesmo preço e a segunda é muito mais rentável para um piloto, acredito que tanto a F3 quanto a F-Futuro ganhariam participantes nessa