Dario Franchitti e Will Power
Dario Franchitti e Will Power se tocaram em Toronto, e a Indy nada fez

Um dos segredos para o ressurgimento da Indy nos últimos anos sobre o comando de Randy Bernard é buscar o que o público americano realmente gosta no automobilismo. Para isso, a categoria está tentando se distanciar ao máximo de F1 ao mesmo tempo em que ganha novos elementos vindos da Nascar. Em outras palavras, Bernard realmente está copiando algumas características do turismo rival.

Isso, na verdade, é uma prática que a categoria fala quase abertamente. Quando eles copiaram as polêmicas relargadas em fila dupla, também tentaram trazer o lucky dog, mas em uma enquete no oficial da Indy os fãs se mostraram contrários a essa nova apropriação.

A associação entre equipes também não é mal-vista na Indy, afinal, sabem que os times da Nascar vivem dias melhores financeiramente. Assim, além de Ganassi e Penske correrem em ambas as categorias, a segunda ainda apareceu em Indianápolis com o patrocínio da Hendrick. Outro é exemplo é que já faz alguns anos que Richard Petty vai às 500 Milhas – e, portanto, ignora as 600 Milhas de Charlotte – para acompanhar o carro número 43 que inscreve para John Andretti, em parceria com a Andretti.

Depois de tudo isso, aonde quero chegar?  Em Toronto, no último final de semana, outro elemento da Nascar e incorporado pela Indy ficou bastante claro. A categoria não está mais disposta a intervir no que acontece na pista. Na etapa canadense, houve 12 toques entre os mais variados pilotos e com as consequências mais distintas: variando desde abandonos a alguns arranhões somente nos carros.

A direção da Indy ignorou tudo e deu a bandeirada para Dario Franchitti. Resultado: tirando o escocês, ninguém ficou feliz. Tony Kanaan reclamou de Ryan Briscoe, Will Power brigou com Franchitti pelo Twitter e nem mesmo a Versus, que faz a transmissão americana, ajudou. Durante a corrida, a TV americana afirmou que o escocês tinha sido punido com um drive-through, enquanto, na realidade, o toque com Will Power foi ser investigado.

Mesmo com essa onda de reclamações, sabe o que a Indy fez? Nada. A direção da categoria parece ter adotado uma postura de dar poder aos pilotos e equipes para resolverem esses problemas. Em outras palavras, quem não gostar do que acontecer na pista, dê o troco na pista na corrida seguinte, ou procure o adversário nos boxes para uma conversa em particular.

No que depender da Indy, apenas casos mais absurdos poderão sem punidos. Vale lembrar que Helio Castroneves, após fazer salseiros nas primeiras três etapas deste ano, foi ameaçado por Al Unser Jr de ser punido caso continuasse sendo agressivo na pista. Outro exemplo é Milka Duno, que pelo conjunto da obra foi chutada da categoria.

No final das contas, é mais divertido ver a corrida ser definida na pista do que com punições. No entanto, é importante considerar que os carros da Indy não foram feitos para tocarem uns nos outros, o que dificulta na hora de dar o troco de uma batida. Tomara que com os carros novos, com todas as proteções, esses contatos possam acontecer mais livremente.

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