
Demorou seis corridas ou três meses, mas a Renault começou a perceber que Nick Heidfeld não é Robert Kubica. O alemão, escolhido a dedo para substituir o polonês, que se recupera de um grave acidente em um rali disputado no início do ano, já recebe as primeiras críticas pelo trabalho na equipe anglo-francesa.
Oficialmente, a desconfiança da equipe de Eric Boullier em relação a Heidfeld se dá pelo fato de o melhor resultado obtido pelo alemão nas quatro últimas etapas ter sido um sétimo lugar no GP da Turquia. Muito pouco para quem havia brigado pelo pódio nas primeiras corridas do ano.
Na realidade, o que acontece dentro da Renault é uma conta bem simples. Todas as vezes que Nick comete um erro ou termina a corrida lá atrás, os dirigentes pensam ‘o que Kubica teria feito nessa prova?’ Assim, Heidfeld não só precisa vencer os 23 concorrentes na pista, como também superar o virtual desempenho da sombra Robert Kubica.
A situação, claro, ficou pior após o GP de Mônaco, quando o alemão terminou na oitava colocação depois de largar em 16º. A Renault tinha uma grande expectativa para essa prova pelo fato de o polonês ter sido o piloto dominante na edição de 2010. Então, se houvesse uma pista em que eles poderiam vencer era no Principado.
O que a equipe anglo-francesa precisa entender o quanto antes é que o alemão não é um dublê do polonês. Heidfeld era o melhor nome disponível no mercado para substituir um Kubica acidentado, então, criar uma pressão em cima do alemão não parece a melhor escolha, afinal, não há uma opção para sucedê-lo.
Enquanto Robert Kubica é conhecido por ser extremamente arrojado em algumas provas, mas sumido em outras, Heidfeld é dono de uma consistência impressionante. Assim, enquanto o polonês brilha por levar carros mais fracos à briga pela vitória, ao mesmo tempo em que faz provas extremamente apagadas, o alemão anda naquele mesmo ritmo todos os dias e ninguém percebe. Só que nos três anos em que foram companheiros de BMW Sauber, Heidfeld surrou o parceiro em dois. Mesmo sem brilho, o alemão provou que é uma boa escolha a longo prazo.
A favor de Nick ainda pesa o fato de a própria Renault ter caído nesse início de temporada. Depois dos dois pódios conquistados nas duas primeiras corridas, o melhor resultado do time nas quatro provas seguintes foi justamente o sétimo lugar do alemão. Isso quer dizer que Petrov também não está conseguindo fazer um bom trabalho, o que corrobora para mostrar que as críticas ao tedesco vieram cedo demais.
No entanto, a Renault tem todo direito de exigir que Heidfeld tenha um desempenho melhor nos treinos classificatórios, o que foi apontado pela equipe como causa dos fracos resultados. A única coisa é que a melhor maneira de dar o recado ao alemão talvez não fosse via imprensa. Enquanto Nick vive nessa panela de pressão, ele ocupa a sexta posição na tabela de pontos, superando a dupla de Mercedes e Felipe Massa.
Apesar de achar o Kubica um ótimo piloto, não acho que estaria em melhor posição que o Heidfeld. O Kubica nas poucas provas que se destacou, contava com os fatores pista, clima e acerto, muito favoráveis. Se tivesse que enfrentar problemas e somente manter o carro tentando pontuar, andava bem menos que Heidfeld. A única prova que o RK veneu foi pq mandaram o NH dar a posição, caso contrario seria o NH a vencê-la. Portnto, a falta de brilho como disso o autor, não tira as reais qualidades do Heidfeld, de ser constante e pontuar sempre que possível. A Renault ao invés de reclamar, deveria se esforçar mais em desenvolver o carro, pois esses pontos que o Nick marcou, no final da temporada, valem milhões! Ainda digo que, se fosse o Bruno, como a RGT tanto alardeou, a situação seria bem pior na Renault.
Portanto, concordo plenamente com o autor e acho que foi a melhor escolha que a Renault poderia ter feito.
Abs!.
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Tssss….Apenas Números !!!
Sinceramente pensei que houvesse mais argumentos para a tal “surra”
De qualquer forma agradeço sua atenção em reponder ao meu comentário inicial.
Sabe Felipe, sou bem, bem mais velho mesmo que você. A primeira temporada que acompanhei da F1 (na época só através de revistas) foi a de 1968, quando G. Hill (mais veterano e consistente) foi o campeão, mas já era perceptível que J. Stwart era o futuro. Com mais experiência você vai perceber que não só no automobilismo, mas em qualquer julgamento de valor na vida, existem aspectos não mensuráveis, perceptiveis apenas quando atenta para detalhes. Diversos pequenos fatores que nem sempre podem ser expressos por númeroS e estatistica, mas que juntos no momento certo, fazem grande diferença. Infelizmente, apesar de algumas notícias otimistas, não creio que o Kubica volte a F1 (aqui ficarei bem feliz se estiver errado)pois certamente a diferença entre os dois ficaria clara a todos. Quase todos ficam na telinha apenas de olho no desempenho das grandes estrelas. Um dos meu prazeres é acompanhar e ler sobre o desempenho da turma lá de trás, bem como F3, gp2, etc…e perceber um campeão do futuro se formando, ainda sem pontos ou números para mostrar. Um exemplo: Um certo espanhol chamado Fernando, andando bem na Minardi em 2001 depois de arrasar na antiga F Nissan (sem pontos, mas mostrando um talento enorme)Apesar da citação, não sou fã do Alonso, quero deixar isso bem claro !
Mas é isso, mais uma vez agradeço sua atenção, e não perca seu tempo com esse velho e ultrapassado amante do automobilismo.(Sou da epoca do Zambello com Alfa GTA, L.P. Bueno de Bino, Emerson e Wilsinho de Fitti-Porsche, C. Cayres de BMW e Camilo Cristófaro com aquela carretera creme numero 18 !)Ponha a culpa de nossas diferenças no meu Alzaimer que já deve estar a caminho !
Parabéns e muito sucesso para o seu blog
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Eu que agradeço a visita e o comentário!
Só não entendi na parte do Alonso na antiga F-Nissan (World Series by Nissan). Quando você diz ‘sem pontos’, você quer dizer que ele não pontuou nas corridas, ou que você não vai abrir espaço no seu comentário (pontuar) o desempenho dele?
Porque, se for quanto a ter somado pontos, ele foi campeão da categoria antes de pular para a F3000.
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E enquanto isso, os pilotos pagantes, tao criticados anterirmente por terem tirado as vagas de ‘brasileiros’ estao indo bem, tais como Petrov, Maldonado, Perez, OU SEJA, ser pagante tambem é sinal de potencial, se andar bem fica, e no futuro deixa de pagar, mas se for braço duro como a maioria dos brazucas que queriam entrar sem pagar, nao tem jeito, tem que ir andar de stock car mesmo.
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Com certeza Heidfeld não é Kubica ! Há uma imensa diferença em talento e determinação de vencer. E me surpreende que alguns vejam isso só agora. Sempre, desde a primeira temporada juntos defendi a tese de que não havia comparação entre os dois. Por isso, a afirmação de que em duas temporadas Kubica levou uma surra do Heidfield é no mínimo absurda. Terminar com mais pontos uma temporada que o companheiro de equipe não significa tudo. No automobilismo, há quebras, acidentes e outras variáveis que podem influenciar na pontuação pura e simples. É preciso avaliar muito mais do que números.
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Nos tres anos juntos, Heidfeld venceu 2007 por 61 x 39, tomou 75 x 60 no ano seguinte e venceu por 17 x 15 na última temporada. Nesse último ano, o carro da BMW Sauber era horrível, mas melhorou sensivelmente nas últimas provas. Seguindo seu raciocínio de quebras, acidentes e outras variáveis, Heidfeld abandonou duas vezes contra uma quebra apenas de Kubica.
Surrado, portanto.
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Como se o Kubica tivesse tido tanto mais azar que o Heidfeld entre 2007 e 2009…
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