
Há uma teoria interessante de que o GP da Espanha é o mais chato de toda a temporada da F1. Por mais que a pista de Barcelona não seja tão travada quanto as do Baherin, Abu Dhabi e Hungaroring, ultrapassar no país ibérico é uma árdua tarefa para poucos. Só que a situação ainda piora devido à expectativa que essa GP gera.
Normalmente, o GP da Espanha abre a temporada europeia da F1. Embora em 2011 já tenha acontecido o GP da Turquia, a ansiedade de sempre tomou conta das vésperas da etapa catalã. Isso acontece porque as equipes prometem evoluções milagrosas para a etapa na Catalunha e acaba deixando todo mundo apreensivo para saber se essas novidades vão dar certo ou não.
No geral, a resposta é não e o GP da Espanha deverá ter um novo domínio da Red Bull. É claro que a McLaren e a Ferrari têm chances de se aproximarem dos rubrotaurinos e até mesmo de vencer a corrida, mas a tendência é mesmo um passeio de Vettel e Webber.
Se as atualizações não devem cumprir o que cada equipe promete, as mudanças no regulamento 2011 devem conseguir acabar com o já conhecido marasmo espanhol. Para começar, a zona de ultrapassagem é a maior até agora: 860m. Ou seja, a FIA percebeu que precisa exagerar na dose para não correr o risco de uma fila indiana total. Outro ponto interessante é a alteração na durabilidade dos pneus Pirelli. A fabricante italiana vai levar um composto duro com um grau menor de degradação para tentar deixar as ultrapassagens menos artificiais. Claramente, eles ainda estão patinando para tentar agradar a todos quanto ao número e à facilidade das ultrapassagens.
Entre as equipes, o único destaque – além da Red Bull – vai para a Ferrari que renovou o contrato de Fernando Alonso até 2016. Primeiro, que foi um grande presente ao espanhol justamente na semana em que ele está correndo em casa e, segundo, é uma forma de aliviar a cobrança de resultados. Em outras palavras, é um jeito de a Ferrari dizer que está tranquila em conquistar títulos até 2016 independente dos resultados alcançados até o momento.
Outro episódio interessante da prova vai ser observar o comportamento de Adrian Sutil. Se já não bastava o alemão estar tomando tempo do novato Paul Di Resta, o piloto agora está enfrentando uma queixa criminal por ter brigado com Eric Lux, homem forte da Genii, em um bar na China. Por causa de um golpe com um copo, Sutil fez com que o dirigente precisasse de 24 pontos para fechar o machucado.
Lux não falou nada além de afirmar que vai tomar as medidas legais contra o piloto, mas eu teria respondido algo como “agora eu tenho mais pontos no meu pescoço do que você jamais sonhou somar na F1”.
Quem também entra desmotivado é Timo Glock. O carro da Virgin vem se mostrando ruindozamente ruim e o alemão tem um discurso pronto já. Se no início do ano ele falava em brigar na metade do pelotão, depois em superar a Lotus e, por último, em vencer a Hispania. Hoje, Glock já diz apenas que o time precisa abrir o olho senão pode correr o risco de não se classificar para as provas. Para piorar, o alemão tem sido superado pelo companheiro Jérôme D’Ambrosio com certa facilidade. Melhor Glock e Sutil reagirem, caso contrário podem ficar a pé antes do final da temporada.
O palpite furado para o GP da Espanha é Vettel, Hamilton e Alonso, para a alegria da torcida espanhola.
É uma pista que sempre ofereceu corridas monótonas. Depois das novas regras de asas e pneus passou a ser monótona e artificial. a aerodinâmica pós efeito solo não permite aproximação suficiente na entrada da reta e o resultado é que não se consegue pegar o vácuo. Não adianta mudar os pneus, asas, pontuação, limitar treinos, difusores, ou seja, que voltem os carros asa e o efeito solo e os pneus slick. Lembra dos spoillers dos carros da década de oitenta. Eram finos e baixos. Hoje temos aquele nariz alto e aquela asa de bimotor. O Adrian Newey que começou com isso na March e todos seguiram sua invenção.
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