X-Team Racing
Os dois carros da X-Team Racing, que testaram em Hickory. Reparem que o 15, na verdade, é o 18 da Z-Line Designs de Kyle Busch na Nationwide. Ao fundo, um 20, usado por Joey Logano (clique para aumentar)

Essa história já foi assunto aqui do blog uma vez, mas faltando menos de três semanas para o início da temporada da Nascar East, chegaram algumas informações novas sobre a equipe brasileira no turismo americano.

Para você que não conhece o assunto, farei uma rápida recapituação. A equipe de Joe Gibbs – que conta com Kyle Busch, Joey Logano e Denny Hamlin – ia se desfazer dos carros usados na Nationwide, já que a categoria mudou o padrão do equipamento utilizado. Por ser um time grande, a Gibbs não vende os carros para as equipes menores, mas abriu uma exceção para o brasileiro Laerte Zatta, engenheiro da Toyota, caso ele quisesse montar uma equipe. Zatta aceitou e vai correr na Nascar East em 2011. O post original, com todas as informações sobre a chamada X Team Racing você pode ver clicando aqui.

Para começar, com a revelação dos nomes de alguns integrantes da equipe, questiono essa alcunha de equipe brasileira. O dirigente nasceu por aqui e ele garante que vai ter um piloto do país correndo em 2011. E só. Olhando o site deles, dentre os nomes de funcionários que eles disponibilizam não há o de ninguém nascido no Brasil, assim como não há patrocinadores daqui. Eles vão correr com licença brasileira?  Terá um carro verde e amarelo? Não sei a resposta para essas perguntas, mas até agora não me parece que é um time daqui e sim uma equipe dirigida por uma pessoa do país.

Na realidade, isso é mais detalhe mesmo. Ter um dirigente na Nascar disposto a abrir vaga no time para que um piloto brasileiro consiga fazer a carreira nos Estados Unidos é uma excelente oportunidade para o automobilismo do país e uma atitude louvável. São iniciativas como essa que o Brasil precisa nos esportes a motor como um todo.

Quanto aos pilotos, a situação é um pouco mais sombria. O Laerte Zatta não fala nomes em aberto, mas, com um quê de Boninho, fica dando dicas sobre as negociações. Até agora, sabe-se que a inteção da equipe é correr com três carros em Greenville-Pickens Speedway, na abertura da Nascar East, no dia 26 de março.

Confirmado mesmo está Coleman Pressley, que foi uma das sensações da temporada passada da Nationwide Series, ao ter um desempenho bastante bom com o fraco carro da R3 Motorsport. Como Pressley é um piloto que já estava nas principais divisões da Nascar, é estranho essa volta à East Series. Se isso realmente acontecer, pode ser considerado um dos favoritos.

Entre as especulações, o principal nome é de Alex Bowman, que testou com o time em Hickory, na estreia oficia da equipe de Zatta. Não conheço esse Bowman, mas é um garoto que ainda não deve ter 18 anos e é protegido da Haas – de Gene Haas, nao Carl Haas – e corria na USAC. No treino, ele foi orientado por Matt DiBenedetto, que é/foi piloto da Gibbs e teve Robert Huffmann e Mark McFarland como chefes de mêcanicos.

 

Cyndie Alleman e Laura Hayes
Cyndie Alleman e Laura Hayes estiveram presentes no treino em Hickory (clique para aumentar)

Outras duas pilotos estiveram presentes no treino. Uma é Cyndie Alleman, suíça, que estava no FIA GT e chegou a correr de Indy Lights com um desempenho sofrível e a outra é Laura Hayes, que já fez parte do programa Driver 4 Diversity da Nascar.

Chegamos então na vaga para brasileiro. A intenção de Zatta era de que ao menos um piloto do país treinasse em Hickory. Em entrevista ao site Nascar Brasil, ele revelou estar negociando com um piloto da Indy e outro da Stock Car. Depois, o mesmo Nascar Brasil afirmou que esses pilotos eram Thiago Camilo, veterano da Stock, e Jaime Câmara, que correu na Indy uns três anos atrás, mas que estava trabalhando em um banco de propriedade da família, no Goiás. As negociações, no entanto não deram certo.

A bola da vez acabou sendo Raphael Matos, recentemente chutado pela falida equipe de Gil de Ferran, na Indy. Zatta, por sua vez, não confirma nenhum nome, mas disse estar trabalhando com um brasileiro, ex-piloto da Indy. Pode ser o Matos? Pode. Assim como Câmara, Mario Moraes, Antonio Pizzonia, Enrique Bernoldi, Airton Daré… tudo aqui é especulação.

Pessoalmente, acho o nome do Rapha Matos bem forte. Ele tem um excelente currículo nos Estados Unidos – apesar da passagem ruim pela Indy -, é jovem até, negociava uma volta ao Brasil, mas abortou qualquer conversa e é um nome que agrada. Se for ele o escolhido, acho uma boa, mesmo que a equipe não seja de fato brasileira.

Meu piloto favorito para a vaga é o Oswaldo Negri, que corre na GrandAM, mas isso é só devaneio meu. Ele sequer foi especulado nessa vaga e não tem chance nenhuma. Para terminar os detalhes, a que tudo indica os números usados serão o 14, 15 e 16, com motor Toyota, evidentemente.

Aqui o vídeo sobre o treino de Alex Bowman pela equipe de Laerte Zatta.