
As equipes da F3 Inglesa deram o pontapé inicial para a temporada 2011 nesta terça e quarta-feira, dias 1º e 2, em Rockingham. Ao todo, 18 carros participaram do primeiro treino coletivo marcado.
Os cinco brasileiros confirmados na categoria estiveram presentes: Felipe Nasr (Carlin), Pipo Derani (Double R), Pietro Fantin (Hitech), Lucas Foresti (Fortec) e Yann Cunha (T-Sport). Esse grupo faz o país ter a maior delegação do certame, perdendo apenas para a Inglaterra, com sete pilotos.
Em relação à lista de inscritos, duas novidades: a Hitech levou Riki Christodoulou – com passagem pela categoria em 2009 – como companheiro de Pietro Fantin e a Double R colocou o australiano Scott Pye, vindo da F-Ford britânica, para ser o parceiro de Pipo Derani. No total, apenas a escuderia Litespeed não apareceu, enquanto a Rookie Cup (antiga National Class) teve apenas o holandês Bart Hykelma como representante.
Nos dois dias, o domínio da Carlin foi gritante. Na terça-feira, apenas Pietro Fantin se colocou entre os seis representantes do time localizado em Chessington. Na quarta, a situação foi um pouco melhor com tanto Fantin quanto Christodoulou disputando os primeiros postos.

Essa força da Carlin tem duas explicações. A primeira é a questão do motor. Tanto eles quanto a Hitech usam equipamento da Volkwsagen, enquanto Fortec e Double R têm motores Mercedes, sabidamente menos potente. Havia uma conversa sobre esses componentes serem equalizados para a temporada 2012, mas apenas na F3 Alemã e na F3 Euro Series.
O outro fator é o nível dos pilotos, que piorou um pouco. Usualmente a F3 Inglesa é abastecida por gente vinda da F-Renault britânica. Só que este ano, os principais nomes da categoria júnior foram direto para a GP3 colocando em cheque a renovação dos próprios ingleses. Além do australiano Pye, já mencionado, mas vindo da F-Ford, o outro novato é Harry Tincknel, apenas quinto colocado em 2010 na divisão de acesso.
Quanto ao treino em si, não há muito a acrescentar. Como sempre a Carlin parece ser o time dominante. Melhor para nós brasileiros, pois Felipe Nasr foi o mais rápido nos dois dias. Aliás, Rockingham é um bom lugar para o brasiliense, afinal foi lá onde ele conquistou a única vitória no ano passado.
No restante, Carlos Huertas teve um desempenho muito bom, sendo a maior ameaça a Nasr. Kevin Magnussen também foi bem, assim como Rupert Svendsen-Cook. Para terminar os pilotos da Carlin, Jazeman Jaafar, na limitação técnica que tem, foi muito bem e Jack Harvey, mesmo com o apoio da Racing Steps Foundation ainda demonstra ser um piloto que demora a se adaptar aos carros, da mesma forma que já havia acontecido na F-BMW.

Pietro Fantin, por sua vez, também fez uma apresentação muito positiva ao superar o experiente Riki Christodoulou. Ainda é cedo para dizer, mas parece que o grande parâmetro de Fantin em 2011 vai ser superar o sexto lugar obtido por Gabriel Dias no ano passado com a mesma Hitech.
Lucas Foresti tomou tempo do companheiro Harry Tincknel, da Fortec, o que nunca é bom. Apesar de a equipe de Richard Dutton ter sido a grande adversária da Carlin nas duas últimas temporadas, parece que esse ano eles vão ficar no meio do pelotão.
Quanto a Pipo Derani e Yann Cunha, que ocuparam as últimas posições é bastante injusto fazer algum comentário. São pilotos bastante talentosos e que devem ter tido algum problema nos treinos. Resta ver se em Silvertone, nos treinos coletivos da próxima semana, a dupla já estará na forma ideal.
A exemplo de 2010, o World of Motorsport vai acompanhar toda a temporada da F3 Inglesa, incluindo os treinos da pré-temporada e os comentários pontuais de cada corrida.
P.S.: Apesar da minha incrível análise não dar margens para dúvidas, você pode ver os tempos oficiais dos dois dias de testes da F3 Inglesa clicando aqui.
Acredito que o título fique entre Nasr, Huertas e Magnussen. Concordo também que o nível dos pilotos nao esteja lá aquelas coisas, mas isso deve virar uma tendência agora que não existe mais apenas World Series e GP2, mas também GP3, F2 e afins. Todos os grids estarão mais fracos com isso (a GP2 talvez não entre nesse processo, mas já está mais fraca por si só comparando anos anteriores).
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